OMS: vacina contra Covid precisa se provar segura antes de distribuição em massa
Cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde diz que nenhum imunizante será aprovado até que reguladores e governos estejam confiantes


A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira (4) que nenhuma vacina contra o novo coronavírus deve ser aprovada para distribuição mundial até que seja submetida a análises suficientes para comprovar sua segurança e eficácia.
“Nenhuma vacina será distribuída em massa até que os reguladores estejam confiantes, os governos estejam confiantes e a OMS esteja confiante de que ela atingiu o padrão mínimo de segurança”, disse a Soumya Swaminathan, durante entrevista em Genebra.
A pediatra indiana acrescentou que “vacinas salvam vidas” e que espera resultados de algumas pesquisas no fim deste ano.
“Falando de forma realista, a segunda metade de 2021 é quando podemos começar a ver a doses sendo distribuídas para os países, para que comecem a imunizar suas populações”, afirmou.
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A direção da OMS foi questionada sobre a recente declaração do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”. Representantes da entidade evitaram citar o brasileiro nominalmente, mas reforçaram a importância da vacinação.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, assegurou que não endossará qualquer vacina que não tenha segurança e eficácia comprovadas. Ele criticou o movimento antivacina e destacou a importância da vacinação em massa para a erradicação da varíola e o combate ao ebola.
“Todos nós esperamos ter uma notícia positiva sobre vacina [contra Covid-19] ainda este ano”, ressaltou, acrescentando que a prioridade inicial será a vacinação de profissionais de saúde e grupos de risco.
Tedros comentou ainda que há evidência de que corticoides podem ajudar no tratamento de pacientes de coronavírus entubados, embora tenham potencial efeito negativo em pessoas com a versão moderada da doença.
“A OMS, portanto, recomenda o uso de corticoides apenas em pacientes que estejam severamente ou criticamente doentes”, explicou.
(Com informações da Reuters e do Estadão Conteúdo)