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    OMS: Países ricos receberam 39 mi de vacinas, enquanto pobres só 25 unidades

    Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que o mundo está à beira de uma ‘falha moral catastrófica’ no combate ao coronavírus

    Profissional de saúde aplica vacina Pfizer/BioNTech contra Covid-19 em paciente na França
    Profissional de saúde aplica vacina Pfizer/BioNTech contra Covid-19 em paciente na França Foto: Benoit Tessier/Reuters (5.jan.2020)

    Emma Farge, da Reuters, em Genebra

    O mundo está à beira de uma “falha moral catastrófica” no compartilhamento das vacinas contra Covid-19, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (18), pedindo aos países e fabricantes a distribuir as doses de maneira mais justa ao redor do mundo.

    O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que as perspectivas de distribuição equitativa corriam “sério risco”, assim como seu esquema de compartilhamento da vacina Covax pretendia começar a distribuir vacinas no mês que vem.

    Ele observou que 44 acordos bilaterais foram assinados no ano passado e pelo menos 12 já foram assinados este ano.

    “Isso poderia atrasar as entregas da Covax e criar exatamente o cenário que a Covax foi projetada para evitar, com acumulação, um mercado caótico, uma resposta descoordenada e uma contínua interrupção social e econômica”, disse ele.

    Essa abordagem de priorizar os próprios países deixou os mais pobres e vulneráveis do mundo em risco, disse ele na abertura da reunião anual do Conselho Executivo do órgão, por videoconferência.

    “Em última análise, essas ações apenas prolongarão a pandemia”, acrescentou ele, estimulando aos países a evitarem cometer os mesmos erros cometidos durante as pandemias de H1N1 e HIV.

    A corrida global por injeções se intensificou à medida que mais variantes infecciosas de vírus circulam.

    Tedros disse que mais de 39 milhões de doses de vacinas foram administradas em 49 países de alta renda, enquanto apenas 25 doses foram administradas em um país pobre.

    Um delegado de Burkina Faso, em nome do grupo africano, expressou preocupação na reunião de que alguns países haviam “aspirado” a maior parte dos suprimentos.

    Observadores dizem que esta reunião do conselho, que dura até a próxima terça-feira, é uma das mais importantes na história de mais de 70 anos da agência de saúde da ONU e pode moldar seu papel na saúde global muito depois do fim da pandemia.

     

    Em pauta está a reforma do órgão e também de seu sistema de financiamento, que se revelou inadequado depois que seu maior doador, os Estados Unidos, anunciou sua retirada no ano passado.

    “A OMS deve permanecer relevante e… deve sair desta crise com mais força do que antes”, disse o vice-presidente do Conselho Executivo da OMS, Bjoern Kuemmel, da Alemanha, em comentários na semana passada.

    Mas ele esperava resistência de alguns países à pressão para aumentar as contribuições financeiras.