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    OMS: Investir US$ 1 por pessoa na prevenção de doenças pode salvar 7 milhões de vidas

    Segundo relatório da OMS, a economia gerada a longo prazo pode chegar até US$ 230 bilhões

    Cada dólar invesitdo em políticas públicas e medidas de prevenção pode grar economia de US$ 230 bi em nove anos
    Cada dólar invesitdo em políticas públicas e medidas de prevenção pode grar economia de US$ 230 bi em nove anos Breno Esaki/Agência Saúde DF

    Elis Barretoda CNN*

    Rio de Janeiro

    Levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que, se países de baixa e média renda investirem US$ 1 por pessoa, ao ano, na prevenção de doenças crônicas, como diabetes, cerca de sete milhões de mortes poderiam ser evitadas até 2030.

    No Brasil, esse investimento poderia variar entre R$5,00 e R$6,00, por pessoa, a depender da taxa de câmbio. Os dados constam em um relatório divulgado nesta segunda-feira (13) pelo órgão.

    A estimativa da OMS é que para cada um dólar investido em políticas públicas e medidas de prevenção de doenças do coração, diabetes, câncer e respiratórias, em nove anos a economia gerada poderia ser de US$ 230 bilhões.

     

    Para reduzir o dano provocado por essas doenças, o órgão propõe algumas medidas como a redução do uso de tabaco, a melhoria na alimentação, incluindo a redução na ingestão de ultra processados, além da diminuição do uso abusivo de bebidas alcoólicas.

    Os especialistas sugerem ainda o aumento da frequência de atividades físicas, e o acompanhamento de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer.

    A médica e coordenadora do Curso de Prevenção de Doenças Crônicas, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), Ana Natividade, diz que alguns fatores explicam a persistência de hábitos nocivos que podem levar a essas doenças crônicas.

    Segundo ela, o lobby das indústrias de bebidas e alimentos levam as pessoas a consumirem mais produtos industrializados e bebidas alcoólicas. O sedentarismo e o baixo incentivo a comportamentos mais saudáveis também são fatores que levam a essa realidade, segundo a especialista.

    “Existe um lobby da indústria alimentícia e de bebidas para que não sejam implementadas políticas públicas para prevenir o consumo excessivo desses produtos”.

    Por outro lado, ela ressalta os efeitos positivos de medidas implementadas pelo governo para controlar o consumo de tabaco, como o aumento da carga tributária do cigarro que provocou uma queda nas vendas do produto.

    A médica destaca ainda que essas doenças são altamente impactantes na vida das pessoas, limitando a produtividade de cidadãos em idade produtiva.

    “Elas podem ceifar a vida precocemente, ou até mesmo podem perder produtividade. A hipertensão, diabetes ou um AVC, pode causar uma imitação física. Quando a pessoas tem um derrame, por exemplo, pode ficar inativa. Pessoas chefes de família, que poderiam estar trabalhando, perdem a produtividade, e isso gera um impacto não só na saúde do indivíduo, mas social e econômico.”, esclarece a especialista.

    Apesar de 85% das mortes prematuras, entre 30 e 69 anos de idade, provocadas por doenças crônicas, serem em países de baixa renda, a OMS afirma que o impacto dessas enfermidades nesses países é frequentemente subestimado pelos governos e pela sociedade, o que gera uma sobrecarga no sistema de saúde e impactos socioeconômicos.

    Sob supervisão de Isabelle Resende