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    Ômicron vai se disseminar pelo mundo e Brasil não ficará livre, diz virologista

    À CNN, Fernando Spilki afirma que testagem ampla nos aeroportos, exigência do passaporte vacinal e rastreamento de contatos dos que testarem positivo poderão amenizar disseminação no país

    Produzido por Layane Serranoda CNN , em São Paulo

    A variante Ômicron já foi identificada em ao menos dez países, e somente nas Américas a mutação ainda não foi encontrada. A rapidez com que a cepa está sendo detectada ao redor do mundo preocupa autoridades, que estão implementando regras quanto à entrada de estrangeiros. O Brasil proibiu, neste sábado (27), voos com destino a seis países que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul.

    No entanto, em entrevista à CNN, o virologista e coordenador da Rede Corona-ômica-BR MCTI, Fernando Spilki, diz ter como certo que ela seja identificada no Brasil em breve. “A variante chegará, isso é inexorável, ela vai se disseminar pelo mundo e o Brasil não vai ficar livre”, diz.

    Ele também falou sobre as medidas necessárias para se evitar a propagação, que envolvem a testagem de pacientes, o rastreamento dos contatos que eles tenham tido e vacinação. “Com a epidemiologia de acompanhamento caso a caso e, a partir daí, os cuidados adicionais, a gente consegue, mesmo com a chegada da variante, evitar um espalhamento maior.”

    Para Fernando, é preciso que o Brasil adote testagem ampla em qualquer viajante que chegar ao Brasil, não somente vindo da África do Sul, coloque o passaporte de vacina como algo fundamental e exija que visitantes tragam teste PCR realizado em até 72 horas antes do voo. Havendo a detecção de um caso positivo, é preciso submeter esta pessoa a uma quarentena.

    “É impossível pensar que a variante não vá se alastrar. Qual o efeito que ela vai ter é algo que nós vamos ter a notícia nas próximas semanas à medida que ela se dissemine em diferentes cenários que temos no mundo: tanto em países com alta carga de vacinação, até países onde a vacinação estagnou.”

    O virologista explica ainda que, embora o fechamento de fronteiras tenha eficiência comprovada, o problema está em como a barreira sanitária é feita. “A gente vê que, no Brasil e nos Estados Unidos, estão restringindo voos a conta-gotas e já não é mais o momento disso.”

    Ainda durante a entrevista, o virologista falou sobre a importância de levar o material colhido nos testes dos aeroportos para o sequenciamento genético. “Para aí, tendo uma faixa maior ou até o genoma completo a gente poderá identificar e dizer rapidamente por quais vias esta variante está chegando.”

    Ele enfatiza que é importante o Brasil se preparar para esta análise minuciosa junto a diferentes órgãos.

    “Em pacientes chegando do exterior, deve ser realizado teste de triagem e, depois, por exemplo, uma PCR que seja capaz de discriminar que mutações estão presentes para a gente já conseguir traçar um diagnóstico. Ou, complementarmente a isso, nós levamos o material para o sequenciamento para, efetivamente, podermos identificar.”

    O teste com triagem é o sugerido no momento de risco com a chegada da Ômicron, já que o teste comum ou de farmácia só diz que o paciente tem o vírus e em que carga ele está presente, explica Fernando Spilki.

    Fernando Spilki, virologista e coordenador da Rede Corona-ômica-BR MCTI (28.nov.2021) / CNN / Reprodução

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