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    Ômicron pode causar ondas de transmissão em diversos países, diz médico da OPAS

    Diretor-assistente da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, defende que é importante avançar com a vacinação contra a Covid-19

    João de Marida CNN , em São Paulo

    O médico sanitarista e diretor-assistente da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, afirmou à CNN nesta sexta-feira (3) que a variante Ômicron do novo coronavírus pode causar ondas de transmissão em diversos países. Segundo ele, grupos de cientistas estão analisando informações da África do Sul sobre a nova cepa.

    “As informações iniciais demonstram que há potencialidade de transmissão maior com a variante Ômicron. Isso foi observado também com a variante Delta. É sempre um motivo de preocupação, porque significa que se essa variante, se dispersar, pode provocar ondas de transmissão em diversos países”, disse.

    Por este motivo, ele defendeu que é importante avançar com a imunização contra a Covid-19. Além disso, ele reforçou a necessidade de manter as medidas de prevenção “enquanto se acumula mais informações” sobre a Ômicron.

    “Enquanto aguardamos informações, temos que tomar as medidas que nós sabemos que ajudam a proteger. Ampliar a vacinação, completar o esquema vacinal, porque quem tomou só a primeira dose não está protegido agora”, disse.

    “Quem completou o ciclo de vacinação, e não tomou a dose de reforço, também não esta complemente protegido. Não podemos relaxar as medidas que podem funcionar [contra a Ômicron] como o uso de máscaras”.

    Ômicron x Delta

    A variante Delta, detectada inicialmente na Índia, em meados de 2020, representa mais de 90% dos casos de Covid-19 registrados no mundo. Segundo Jarbas, no entanto, “é possível que a Ômicron venha a suplantar a Delta”.

    “Se confirmar os dados que falam que ela [Ômicron] tem mais capacidade de se transmitir, é muito provável que ela vá substituindo a Delta. É importante a vigilância genômica ampliando as testagens e feitos os sequenciamentos genéticos para cada pais avaliar como a Ômicron tem se comportado em relação a delta”, avaliou.

    “É uma hipótese que pode ocorrer. Por isso temos que ampliar a vacinação, garantido vacinação completa para quem não tem, e manter medidas de saúde pública: uso de máscaras, evitar aglomerações, lavar as mãos.”

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    Dose de reforço no Brasil

    Dados divulgados pela Agência CNN nesta sexta-feira mostram que ao menos 17 milhões de pessoas no Brasil, equivalente a 8% da população, receberam a dose de reforço da vacina contra Covid-19.

    Com exceção de Belo Horizonte, em Minas Gerais, todas as capitais já disponibilizam as doses nos postos de saúde.

    No Estado de São Paulo, o governo antecipou em um mês a aplicação do reforço, de 5 para 4 meses. A medida foi seguida também Recife, em Pernambuco.

    Casos confirmados

    Atualmente, cinco casos da variante Ômicron foram confirmados no Brasil, sendo três em São Paulo e dois no Distrito Federal. De acordo com o Ministério da Saúde, oito casos estão sob investigação, sendo um em Minas Gerais, um no Rio de Janeiro e seis no Distrito Federal. Todos os pacientes seguem monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de cada estado.

    Os primeiros casos da variante Ômicron do novo coronavírus no Brasil foram confirmados no dia 30 de novembro pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. Os dois casos são de um homem, de 41 anos, e de uma mulher, de 37 anos, que vieram da África do Sul.

    A confirmação foi feita a partir da técnica de sequenciamento genômico realizada pelo laboratório do Hospital Israelita Albert Einstein e validada pelo Adolfo Lutz, referência em Covid-19.

    O terceiro caso foi confirmado em São Paulo no dia 1º. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, um passageiro vindo da Etiópia, que desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, no dia 27 de novembro testou positivo para a nova variante.

    No dia 2 de dezembro, foram identificados outros dois casos de Covid-19 associados à variante Ômicron, no Distrito Federal. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, os dois homens chegaram ao Brasil vindos da África do Sul no dia 27 de novembro.

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