Ômicron já corresponde a 17,6% das amostras sequenciadas no Brasil em dezembro
No entanto, a variante delta do coronavírus continua sendo a responsável pela maioria dos casos no país
Dados da Rede de Vigilância Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Genomahcov/Fiocruz) mostram que a variante Ômicron da Covid-19 foi encontrada em 17,6% das amostras sequenciadas no Brasil em dezembro de 2021. Das 1.119 amostras analisadas, 197 eram da nova cepa. Em novembro, a Ômicron correspondia a 0,1% do total.
A variante Delta, que surgiu em outubro de 2020, ainda é a responsável pela maioria dos casos da doença no Brasil, representando 82,3% dos sequenciamentos. A Gama, bem como outras variantes de interesse, representam menos de 0,5% dos resultados positivos no país.
A pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) Paola Resende explica que esses números são apenas um retrato da pandemia no Brasil, já que os dados do mês de dezembro ainda estão sendo depositados na plataforma pelos institutos de vigilância genômica.
“Esses números da Ômicron podem crescer, como podem diminuir. Ainda não tem como fazer uma previsão, porque o sequenciamento leva tempo. Então, esses números do mês de dezembro ainda estão em atualização. Mas esse aumento era esperado. A Ômicron tem essa característica de transmissão mais rápida, como observamos no continente africano em novembro do ano passado”, explica a especialista.
O Genomahcov é uma plataforma da Fiocruz que reúne especialistas de todas as unidades da fundação no Brasil e de institutos parceiros, como o Adolfo Lutz. Essas unidades de pesquisa acompanham as linhagens e mutações genéticas do coronavírus e contribuem para um melhor preparo do país no enfrentamento da pandemia em termos de diagnóstico mais precisos e de vacinas eficazes.