Oito cuidados para não se lesionar na academia
CNN ouviu especialistas e listou oito cuidados necessários para não se lesionar na academia; confira
A prática de exercícios físicos costuma estar entre as recomendações médicas, entre outros elementos, como alimentação saudável e noites tranquilas de sono, para que as pessoas tenham qualidade de vida. No entanto, se não forem feitos adequadamente, eles podem representar perigos.
A CNN ouviu especialistas e listou abaixo oito cuidados necessários para não se lesionar na academia; confira.
1 – Fazer avaliação física ou funcional antes de começar os treinos
A avaliação vai apontar as especificidades de cada praticante, se há alguma lesão ou limitação, por exemplo, ou para corrigir erros na postura. Com isso, os exercícios serão prescritos a partir das características individuais de cada um.
“Você não pode entrar numa sala de musculação ou qualquer outro recinto para uma prática de esporte sem entender as suas necessidades. Essa avaliação vai ter características multifuncionais e uma anamnese, que vai compor seu histórico com seus objetivos”, disse André Cavalcanti, professor de Educação Física.
2 – Ser acompanhado por um profissional de Educação Física
O ajuste de máquinas, a intensidade e o objetivo do exercício, além da quantidade de peso utilizado por cada praticante, devem ser regulados por um profissional que domine o conhecimento da modalidade e que entenda as limitações de cada pessoa.
Para os iniciantes, o ideal é que o acompanhamento seja feito presencialmente para reduzir as dificuldades e riscos. No entanto, a medida que o praticante vai se familiarizando com os exercícios, o acompanhamento pode ser feito de maneira online, com observações por vídeo.
O professor e personal Fernando de Farias alerta que a modalidade online não deve ocorrer por imitação de vídeos disponíveis na internet, o que pode levar à prática indevida, com posições erradas, mas sempre com acompanhamento de um profissional de Educação Física.
3 – Alongar, mobilizar, aquecer
As três práticas costumam ser confundidas e menosprezadas, mas são importantes, porque preparam o corpo para fazer os exercícios adequadamente.
O alongamento e a mobilização visa reestruturar as funções corporais normais para a seção de treinamento que vai ser iniciada, o que pode ser realizado ao longo do dia, já o aquecimento é um pré-treino, que esquenta o corpo antes de fazer os movimentos dos exercícios.
“Normalmente, os praticantes costumam deixar esses momentos de lado, o que pode ter consequências bem severas”, observa o professor André Cavalcanti.
4 – Ajustar os equipamentos para seu corpo
Musculação sem uso de máquinas, com pesos livres, pode ser mais difícil de ser executada, porque exige mais do praticante em relação à postura e completa realização de cada movimento enquanto equilibra os pesos.
No entanto, ao utilizar uma máquina, ela precisa ser corretamente regulada para cada corpo, levando o indivíduo a fazer o movimento adequado e com segurança.
“Infelizmente, isso é um ponto muito negligenciado, as pessoas acabam usando as máquinas de qualquer forma. No Brasil, é obrigatório ter um professor dentro da sala, alguém com responsabilidade para gerir o local. O ideal é que o aluno fale com essa pessoa para que ela ensine a usar cada máquina adequadamente”, diz Cavalcanti.
Com esse acompanhamento, é possível que o praticante misture os dois tipos de exercícios, com pesos livres e máquinas, aumentando a consciência neuromotora e sem perder a segurança, explica Farias.
5 – Priorizar qualidade em detrimento de quantidade
Algumas vezes, os praticantes de musculação tentam fazer mais exercícios ou pegar mais peso do que podem aguentar. Isso ocorre quando o indivíduo deseja acelerar a conquista dos seus objetivos.
No entanto, essa fórmula pode levar, na verdade, a lesões (como distensões musculares) e acidentes (ao não suportar a quantidade de peso). Segundo os especialistas, o esforço além do necessário não é o caminho para ganhar mais músculos ou emagrecer, mas a execução correta de cada exercício.
O feedback do profissional de Educação Física deve apontar a prioridade para técnica, a qualidade da execução do exercício, garantindo mais segurança e também resultados.
“A ideia é sempre executar o movimento da melhor forma possível, dentro da técnica. Escute o seu professor, não se coloque em situações de riscos desnecessárias, como usar cargas excessivas ou se posicionar de forma não anatômica em algum equipamento”, alerta Cavalcanti.
6 – Atenção durante o treino
Apesar do momento da prática de exercícios ser, para muitas pessoas, de descontração ou fuga dos estresses do dia a dia, onde se busca melhora física e mental, é importante que o praticante mantenha atenção ao que é feito e ao ambiente.
Ouvir músicas no fone de ouvido ao longo das atividades, por exemplo, não é um problema e costuma fazer parte da prática de muitos, mas isso não deve colocar a atenção na prática em segundo plano.
“É preciso atenção ao realizar o movimento e também ao se deslocar para fazer outro exercício, tendo em vista o ambiente onde as práticas são feitas, onde são utilizadas máquinas que podem oferecer riscos, como anilhas jogadas no chão, por exemplo”, explica o professor.
O professor Fernando de Farias destaca especialmente a atenção ao descanso, que aponta como importante para a execução dos exercícios, mas que não pode ser realizado em qualquer lugar.
7 – Respeitar limites
Além dos conhecimentos das necessidades especiais de cada pessoa que os profissionais vão ter a partir das avaliações e do acompanhamento, cada praticante deve se atentar a suas questões individuais no cotidiano e respeitar limites que possam aparecer.
Em determinado dia, o praticante pode estar com alguma dor ou mais cansado da rotina de trabalho do que o normal. Em casos assim, é importante conversar com os profissionais para reduzir a intensidade do treino, se necessário. Querer executar o treino a qualquer custo também pode levar a lesões.
8 – Usar vestimentas adequadas
Algumas pessoas, principalmente em práticas como o Crossfit, passaram a realizar exercícios sem usar sapatos. No entanto, Farias diz que isso cria novos riscos no ambiente, como deixar os indivíduos vulneráveis a escorregar.
“Além disso, as pessoas estão usando cargas naquele espaço. Elas podem cair e provocar acidentes piores se o praticante estiver descalço”, diz.
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Além dessas dicas, o praticante de exercícios físicos deve buscar estabelecimentos confiáveis, com equipamentos em bom estado para uso e um grupo de profissionais em número suficiente para dar suporte.
Os Conselhos Regionais de Educação Física são responsáveis por fiscalizar os estabelecimentos e qualidade da atividade praticada em cada espaço.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possui um documento de instrumento regulatório não normativo, mas de caráter recomendatório, que aponta principais práticas a serem seguidas pelas academias e espaços de práticas esportivas.