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    Obesidade infantil aumenta em meio ao isolamento social, diz estudo

    À CNN, o médico Carlos Nogueira, que é professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), afirmou que crianças são as mais afetadas pela quarentena

    Apesar de ajudar a diminuir o contágio da Covid-19 no Brasil, o isolamento social teve um efeito negativo na saúde. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) concluiu que a medida adotada em várias cidades do país contribuiu para o aumento dos índices da obesidade infantil. 

    As conclusões foram publicadas em artigo na revista Jornal de Pediatria, que apontou que os aspectos desencadeados pela Covid-19, principalmente relacionados ao isolamento social, propiciam a obesidade infantil. A obesidade é um dos fatores que agravam a Covid-19.

    À CNN, o médico Carlos Nogueira, que é professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), afirmou que é preocupante a relação entre o isolamento social, a falta de atividades que gastem energia e a alimentação das crianças.

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    “Sempre dizemos que as crianças precisam ficar, no máximo, duas horas por dia diante de telas, só que isso implica em elas terem o que fazer no restante do tempo. E a grande verdade é que as crianças são as mais afetadas pelas medidas de isolamento social”, avaliou.

    Para o médico, o cenário de escolas fechadas e restrições em sair de casa faz com que a opção seja ficar na frente das telas – sejam de TV, celular ou computador. “E mesmo que seja para assistir à aula, e ultrapassam muito esse tempo de duas horas que a gente recomenda, fazendo com que o tempo de sedentarismo fique bastante elevado neste período”, acrescentou.

    Nogueira ainda considerou que foi “perdida a oportunidade de tomar atitudes”, logo no começo da pandemia, para minimizar os prejuízos que as crianças podem ter nesse período. “Nós deveríamos ter tido campanhas de como agir com os filhos em relação à alimentação e à obesidade nesse período de pandemia, mas não vimos isso”, criticou.

    Por fim, o especialista citou que a preocupação vai além do sedentarismo, já que outros aspectos podem influenciar na alimentação de má qualidade. “Não é só a atividade física, a alimentação também se modifica porque essas estão submetidas a um estresse elevado. Elas não sabem exatamente o que está acontecendo, mas estão vendo notícias sobre mortes, os pais preocupados, parentes adoecerem e até falecerem”, disse. 

    “E esse estresse faz com que as crianças se alimentem de maneira pior, com tendência a comer mais carboidrato e em maior quantidade, além de dormirem mal, o que tem ligação direta com uma alimentação não saudável”, concluiu.

    (Edição: André Rigue)

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