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    O que se sabe sobre a variante Lambda que se espalha pelas Américas

    Variante predominante no Peru se espalha por países da América Latina e central

    Exame para detectar variante do coronavírus
    Exame para detectar variante do coronavírus Foto: Ernesto Carriço/Enquadrar/Estadão Conteúdo

    Camila Neumam*, da CNN, em São Paulo

    Um estudo realizado por pesquisadores peruanos descreve que a variante do coronavírus denominada Lambda (C.37) está se espalhando com rapidez pela América do Sul, podendo se tornar dominante no continente. No Brasil, por enquanto, três casos e uma morte já estão relacionados à cepa.

    A variante foi descoberta primeiramente em Lima, no Peru, em dezembro de 2020, e desde abril de 2021 quase todas as infecções do coronavírus no país são causadas por ela. 

    A variante Gama (P.1, originária do Brasil) atualmente é dominante na América do Sul e América Central, mas a taxa de transmissão alta da Lambda pode logo alcançá-la, segundo os pesquisadores.

    O artigo “A emergência SARS-CoV-2 da variação Lambda (C.37) na Ámérica do Sul” foi publicado recentemente como pré-print na plataforma MedRix.

    “A expansão de C.37 ocorreu na América do Sul na presença das centenas de linhagens em circulação como alfa e gama, sugerindo uma transmissibilidade aumentada desta linhagem. Contudo, são necessários dados e as análises epidemiológicos adicionais para avaliar sua transmissão, virulência e propriedades de escape imunológico”, descreveu o estudo.

    No Peru, a variante já representa 81% dos casos. Argentina e Chile também veem alta de contaminações. Classificada em junho como variante de interesse (VOI, na sigla em inglês) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Lambda já foi rastreada em 29 países.

    Entre as 20 nações latino-americanas, sete registraram a cepa. Na Argentina, ela foi responsável por 37% dos casos detectados de fevereiro a abril. No Chile, representa 32% das ocorrências listadas nos últimos 60 dias. Os países da região, porém, não têm estrutura robusta de vigilância genômica.

    Segundo a OMS, a variante é caracterizada por oito mutações na proteína spike, a coroa que liga o vírus à célula humana. O artigo aponta que a Lambda tem sido associada a taxas substanciais de transmissão comunitária, com aumento de prevalência ao longo do tempo e de incidência de Covid-19 nas regiões onde é detectada. 

    Ainda segundo o estudo, as vacinas podem ajudar a neutralizar a variação da Lambda, embora, as taxas da vacinação na América do Sul continuem a ser baixas por diferentes razões. 

    Disseminação pela América Latina

    Em dezembro de 2020, um estudo transnacional que pesquisa o genoma de variantes do coronavírus revelou que a Lambda correspondia a 0,5% das infecções em Lima, no Peru, na ocasião. De sua detecção inicial, a predominância da variação da Lambda no Peru aumentou ao longo do tempo – 20,5% em janeiro, 36,4% em fevereiro, 79,2% em março, e 96,6% em abril de 2021.

    Com o aumento da Lambda, a disseminação de outras variantes do SARS-CoV-2 diminuíram ao longo do tempo no país. Nos últimos quatro meses, a variante alfa atingiu 0,5% da população peruana infectada, enquanto a variante gama correspondia a 1,2% desta população.

    Até 19 de junho de 2021, houve 1.771 sequências relativas à variação do Lambda em 25 países, incluindo o Chile, os Estados Unidos, o Peru, a Argentina, a Alemanha, o México, Espanha, e o Equador.

    *Com informações do Estadão Conteúdo.