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    O que é câncer inguinal? Conheça os sintomas e tratamento

    Doença pode estar relacionada à metástase de outro tumor na região pélvica, como câncer de bexiga ou na região genital

    Câncer inguinal acomete a região da virilha e pode estar relacionado à metástase de outro tumor na região pélvica
    Câncer inguinal acomete a região da virilha e pode estar relacionado à metástase de outro tumor na região pélvica Vachiravit Vasuponsritara/GettyImages

    Gabriela Maraccinida CNN

    Anderson Leonardo, vocalista do Grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro, onde estava internado em um hospital particular. O cantor tratava, desde 2022, um câncer inguinal, tipo raro de tumor que afeta toda a região da virilha.

    O que é câncer inguinal?

    De acordo com Denis Jardim, oncologista clínico e membro do Comitê de Tumores Geniturinários da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), o “câncer inguinal“, na realidade, não é um tipo específico de câncer e, sim, um conjunto de cânceres que podem afetam a região inguinal.

    “A região inguinal é a definição anatômica da parte popularmente conhecida como virilha, onde estão algumas estruturas importantes, principalmente festes fibróticos, pele, tendões e linfonodos — onde, frequentemente, ocorre a principal parte dos tumores dessa região”, explica o especialista à CNN.

    Ou seja, o câncer inguinal, muitas vezes, está relacionado à metástase (espalhamento) de outros tumores para a região da virilha. Entre os tumores que estão relacionados ao surgimento de câncer na região inguinal estão o câncer de bexiga, câncer de pênis, câncer de colo de útero, câncer de vagina, câncer anal e câncer colorretal.

    “É possível que tenham tumores que comecem nas próprias estruturas da região inguinal, que são os linfonodos. É o caso de algumas doenças hematológicas, como linfomas, que se apresentam como o aumento de nódulos na região inguinal, e os tumores na pele daquela região, como o carcinoma basocelular e o melanoma”, afirma Jardim.

    Quais são as causas e fatores de risco?

    Por estar relacionado à metástase de outros tumores, uma das causas para o câncer inguinal é, justamente, a existência de outro tumor na região pélvica. Mas esse não é o único fator de risco.

    “Alguns tipos de câncer estão relacionados com fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de álcool, infecções e doenças autoimunes”, afirma Breno Gusmão, oncohematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

    A gravidade do câncer inguinal vai depender da causa. “Se o tumor na região inguinal é uma metástase de um câncer em outro órgão, isso já denota uma doença avançada. Por outro lado, uma lesão de pele na região pode ser um tumor localizado na região ainda”, completa Jardim.

    Sintomas do câncer inguinal

    A manifestação de sintomas de um câncer na região inguinal pode depender de diferentes fatores, conforme explica Gusmão: “Se o tumor primário está produzindo sintomas; se há sintomas localizados, devido ao crescimento do tumor na região inguinal que pode causar dor local; neuropatia e trombose de veias locais”, exemplifica.

    Geralmente, os sintomas que podem ser observados quando algum tumor acomete a região inguinal são:

    • Nódulo na região inguinal;
    • Dor local;
    • Sangramentos do nódulo e infecções secundárias;
    • Sintomas gerais, como febre, perda de apetite e perda de peso não justificada.

    Diagnóstico e tratamento

    O diagnóstico do câncer inguinal é feito através da biópsia, coletada por uma agulha grossa, ou incisão cirúrgica. “Normalmente, se faz a extração de um pedaço da lesão ou da lesão completa, e um exame de laboratório para identificar o tipo de câncer que o causou”, afirma Jardim.

    o tratamento varia de acordo com o tipo de neoplasia diagnosticada — se é linfoma ou outro tipo, ou, no caso de metástase, qual foi o câncer que a originou. “Para cada doença existe uma estratégia de tratamento, assim como a quão avançada esteja a doença, se localizado ou disseminado”, diz Gusmão.

    As opções de tratamento podem incluir cirurgia, acompanhada ou não de radioterapia, e, em alguns casos, quimioterapia.