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    O calor pode afetar a sua saúde ginecológica? Veja como evitar infecções

    Além dos cuidados com a higiene pessoal, certos alimentos também pode prevenir infecções por fungos

    Saiba como cuidar da sua saúde íntima neste verão
    Saiba como cuidar da sua saúde íntima neste verão Freepik

    Caroline Ferreirada CNN

    São Paulo

    Com a chegada do verão, aumentam os casos de uma das doenças que mais afetam a saúde feminina, a candidíase. Em resumo, trata-se de uma infecção localizada nas regiões da vulva e da vagina, causada por um fungo, em geral a Cândida Albicans.

    No entanto, para evitá-la, certos alimentos e cuidados com a higiene pessoal, devem ser redobrados durante os dias mais quentes do ano, em que a temperatura atinge altos índices.

    Saúde íntima feminina
    Cuidados devem ser redobrados durante as altas temperaturas / Freepik

    O calor e a saúde íntima

    Segundo a ginecologista Camila Ramos, o calor causa a alteração da acidez da vagina, redução dos bacilos de defesa da flora de proteção, facilitando assim a proliferação da doença.

    “Inchaço, coceira, inflamação vulvar e vaginal, além da secreção esbranquiçada e densa, são os principais sintomas da candidíase. A doença tem a alteração da flora vaginal, sua principal causa”, conta.

    O que fazer para evitar as infecções vaginais por fungos

    • Mantenha sua área vaginal limpa. Use água e sabão neutro, sem cheiro. Enxague bem;
    • Depois de utilizar o banheiro, faça a limpeza da frente para trás, evitando espalhar leveduras ou bactérias do ânus para a vagina ou trato urinário;
    • Use roupas íntimas que ajudem a manter a área genital seca e não tenha calor e umidade. Uma boa opção é a roupa íntima de algodão;
    • Evite o uso de roupas justas, como meia-calças e jeans apertados. Isso pode aumentar o calor corporal e a umidade na área genital;
    • Troque o maiô ou biquíni molhados logo após o uso. Vestir uma roupa de banho molhada por muitas horas pode manter a área genital quente e úmida;
    • Troque absorventes com frequência;
    • Por fim, mas não menos importante, não use desodorantes, sprays ou perfumes. Tais itens podem alterar o equilíbrio normal dos organismos em sua vagina.

    Alimentação e saúde íntima

    Enquanto isso, a nutricionista Luna Azevedo explica que a saúde do sistema digestivo depende muito de um bom equilíbrio entre as bactérias “boas” e “más” que vivem no intestino.

    Segundo a profissional, as bactérias “boas”, que normalmente residem no intestino, são importantes para a digestão, uma vez que ajudam a processar amidos, fibras e alguns açúcares. Quando a microbiota intestinal fica desequilibrada, você pode ter problemas digestivos, incluindo prisão de ventre, diarreia, náusea, gases, cólicas e distensão abdominal.

    Da mesma maneira, todos possuem o fungo Cândida Albicans, naturalmente presente na região genital e na pele, porém, o seu crescimento aumentado em desequilíbrio (disbiose) resulta na candidíase, gerando prejuízos para a saúde.

    Veja os alimentos que ajudam no combate de infecções causadas por candidíase

    • Óleo de coco

    As plantas possuem suas próprias defesas contra leveduras e outros fungos. Aliás, algumas também produzem compostos que são tóxicos para fungos. Um bom exemplo é ácido láurico e caprílico que, quando convertidos em monolaurina e monocaprina, exercem função antifúngica (rompem a membrana que envolve o fungo), e assim, tem seus efeitos antimicrobianos e antifúngicos.

    O óleo de coco tem quase 50% de ácido láurico. Isso o torna uma das fontes dietéticas mais ricas desse composto, que raramente ocorre em grandes quantidades nos alimentos.

    Óleo de coco
    O consumo do óleo de coco é uma boa opção para evitar infecções pelo fungo / Freepik
    • Probióticos

    Diversos fatores podem tornar algumas pessoas mais propensas a infecções por Cândida, incluindo diabetes e um sistema imunológico enfraquecido ou suprimido. Os antibióticos também podem aumentar o risco, já que dosagens fortes às vezes matam uma parte das bactérias benéficas em seu intestino.

    Essas bactérias fazem parte das defesas naturais do seu corpo contra as leveduras Cândida. Eles protegem contra infecções competindo com eles por espaço e nutrientes.

    Os probióticos, então, podem ajudar a restaurar essas populações de bactérias benéficas.

    Vale dizer que os probióticos são bactérias vivas, frequentemente encontradas em alimentos fermentados, como iogurte com culturas ativas e em suplementos, possuem o papel de manter e microbiota equilibrada, deixam menos substrato para o desenvolvimento de fungos (pois competem entre si), inibem a adesão do fungo na parede vaginal.

    As cepas mais indicadas para o tratamento da candidíase são as cepas de Lactobacillus Crispatus, elas promovem a imunomodulação e restauração da microbiota saudável no intestino e na vagina (CHEE ET AL, 2020).

    Porém, o tratamento com probióticos depende do grau de desequilíbrio das bactérias intestinais, da gravidade da candidíase e da existência de outras doenças, como a SIBO (síndrome do supercrescimento bacteriano), onde o uso de probióticos muitas vezes deve ser evitado. Por isso, é importante que o consumo de probióticos seja sempre orientado por um médico ou nutricionista.

    • Alimentação com baixo teor de açúcar

    Conforme explica a nutricionista, as leveduras crescem mais rápido quando o açúcar está prontamente disponível em seu ambiente. Na verdade, altos níveis de açúcar na corrente sanguínea aumentam o risco de infecções por Cândida, uma vez que, o principal substrato para a proliferação fúngica é a glicose. Por isso, vale a pena moderar o consumo de carboidratos de alto índice glicêmico.

    • Diminuição do consumo de leites e derivados

    A lactose, açúcar do leite, é um tipo de carboidrato altamente fermentável, sendo assim, o seu consumo pode favorecer ainda mais a proliferação de fungos e bactérias lácteas, grandes causadoras de doenças como candidíase e cistite.

    Além de que, leite e derivados para pessoas intolerantes podem piorar os quadros de infecção.