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    Novo medicamento experimental para obesidade supera semaglutida em teste inicial

    Estudo investigou a versão em pílulas do amycretin para uso voltado a perda de peso

    Jacob Gronholt-PedersenMaggie Fickda Reuters

    A farmacêutica Novo Nordisk informou nesta quinta-feira (7) que os dados do teste inicial para seu aguardado medicamento experimental para obesidade, chamado amycretin, mostraram uma maior perda de peso em comparação com o popular tratamento Wegovy (semaglutida), o que levou suas ações a novas altas recordes.

    Um estudo clínico de Fase I (já feito em humanos) da versão em pílulas do amycretin mostrou que os participantes perderam 13,1% do peso após 12 semanas, afirmou a empresa em uma reunião de investidores. Isso se compara a uma perda de peso de cerca de 6% após 12 semanas em um teste para o Wegovy, seu medicamento para obesidade de grande sucesso.

    Os investidores receberam bem a notícia, entendendo que a Novo tinha mais em seu pipeline além do altamente bem-sucedido Wegovy. Suas ações dispararam desde o lançamento das injeções semanais nos Estados Unidos em 2021 e agora são a empresa listada mais valiosa da Europa, superando a LVMH.

    “A Novo deixou claro que a molécula amycretin provavelmente formará a base do pipeline em rápido crescimento da empresa”, disse o analista da Guggenheim, Seamus Fernandez.

    As ações da Novo dispararam 5,1% para um pico recorde após o anúncio. As ações subiram mais de três vezes desde junho de 2021, quando lançou o Wegovy nos Estados Unidos.

    Quase metade da avaliação atual da Novo é baseada no pipeline de novos medicamentos experimentais, como o amycretin, de acordo com cálculos dos analistas da Berenberg na semana passada.

    O Wegovy, que mostrou uma perda de peso total de 15% após 68 semanas, pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como agonistas do GLP-1, originalmente projetados para tratar o diabetes tipo 2, que demonstraram reduzir os desejos por comida e esvaziar o estômago mais lentamente.

    Após o sucesso desses medicamentos, as empresas estão trabalhando em outras terapias promissoras para perda de peso, como o amycretin, que visa um hormônio chamado amilina no pâncreas, que afeta a fome.

    O Wegovy foi o primeiro de um novo grupo de medicamentos altamente eficazes para perda de peso a ser lançado. Até agora, Novo e Eli Lilly são os líderes no mercado de medicamentos para obesidade, previsto pelos analistas para valer US$ 100 bilhões (cerca de R$ 500 bilhões) até 2030.

    Doenças cardíacas

    O CEO Lars Fruergaard Jorgensen também anunciou que a empresa estava expandindo seu foco em diabetes e terapias para perda de peso para incluir tratamentos para doenças cardiovasculares.

    A mudança ocorre após a empresa ter dito em agosto passado que um grande estudo mostrou que o Wegovy também tinha um claro benefício cardiovascular, impulsionando os esforços da empresa para fazer com que o Wegovy fosse além de sua imagem como um medicamento para estilo de vida.

    “Qualquer empresa que esteja tão exposta a uma única área terapêutica precisa tentar desenvolver outras bases para se sustentar”, disse Wolfgang Lickl, gerente de portfólio na KB-Vermögensverwaltung.

    “O mero sucesso em diabetes e obesidade tornará isso difícil, mas o campo cardiovascular faz sentido devido às muitas sinergias”, acrescentou.

    Após o teste de agosto, a Novo vem tentando convencer seguradoras médicas céticas de que os benefícios a longo prazo do Wegovy são suficientes para reduzir o ônus geral nos sistemas de saúde e o custo do tratamento de doenças cardíacas em pessoas com sobrepeso e obesidade.

    Um estudo recente apontou que o número de pessoas que vivem com obesidade já passa de 1 bilhão no mundo todo.

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