Novo estudo sugere que a Covid-19 pode ser transmitida pelo ar
Partículas virais sobreviveram no ar em pesquisa da Universidade da Flórida
Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer as evidências apresentadas por um grupo de cientistas que afirmou que partículas do novo coronavírus permanecem no ar em locais fechados, um estudo preliminar da Universidade de Flórida confirmou a tese de que o vírus pode sobreviver no ar.
A pesquisa foi realizada em um hospital e os pesquisadores constataram que as partículas do vírus permanecem no ar como aerossóis. Também foi possível perceber que as partículas virais se espalharam rapidamente em uma distância que varia de 2 metros a 4,8 metros dos pacientes.
À CNN, Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e Consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), comentou os riscos da transmissão do vírus pelo ar e avaliou a pesquisa feita pelos americanos.
Leia também:
Por que tantos testes de vacina estão acontecendo no Brasil?
Quando teremos uma vacina eficaz contra a Covid-19?
Como funcionam as técnicas mais usadas na produção de vacinas contra a Covid-19
“Este estudo realmente traz uma preocupação, porque a manutenção do vírus no ar exige medidas adicionais. Por exemplo, a manutenção da máscara, mas com a utilização de mais tecidos ou de tecidos diferentes em sua composição. Com isso, reforça a barreira que impeça a entrada destas partículas de vírus que conseguem ficar no ar, de acordo com esta pesquisa”, explicou.
De acordo com a médica, a pesquisa reforça a necessidade de se ter uma vacina eficaz e segura, além de uma atenção com o ambiente de trabalho dos profissionais de saúde. No entanto, é necessário medir o impacto desta nova descoberta.
“Isso aconteceu em um ambiente hospitalar com um paciente assintomático. Portanto, isso reforça também de que pacientes sintomáticos devem ficar em casa e não devem sair. Se o ambiente não for arejado, o vírus pode permanecer no local e por período e distância superiores às que nós já conhecemos. Não devemos instalar o pânico. Isto reforça a necessidade de ter vacinas eficazes e seguras, além da preocupação com o ambiente de trabalho destes profissionais”, finalizou.
(Edição: André Rigue)