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    Brasil pode registrar mais mortes do que nascimentos pela 1ª vez, diz Nicolelis

    Neurocientista Miguel Nicolelis diz que a diferença entre óbitos e nascimentos está ficando cada vez menor

    Produzido por Fernanda Pinotti, , da CNN, em São Paulo

    Março pode ter sido o primeiro mês da história em que o Brasil registra mais mortes do nascimentos, segundo o neurocientista Miguel Nicolelis. Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (1º), o médico explicou que um levantamento feito por pesquisadores no Portal da Transparência do Registro Civil do Brasil apura o total de certificados de óbitos e nascimentos desde antes da pandemia. 

    “Antes, havia por volta de 200 a 230 mil nascimentos por mês no Brasil, e por volta de 90 a 100 mil óbitos. A gente seguiu esses dados ao longo do ano passado e o que vimos é que a diferença entre os óbitos e os nascimentos está ficando cada vez menor”, diz Nicolelis.

    De acordo com ele, em fevereiro, houve uma queda brusca de registros de nascimento: 125 mil contra 121 mil óbitos. “Essa diferença, que era de 100 mil em favor de mais nascimentos do que óbitos por mês, caiu para menos de 4 mil. Sugerindo que em março, onde tivemos aproximadamente 160 mil óbitos no Brasil, numa estimativa premilar, se o número de nascimentos ficar por volta dos 125 mil, teremos pela primeira vez na história do Brasil mais mortes do que nascimentos no país”, detalhou.

    Covid-19 em grávidas e crianças

    Miguel Nicolelis também comentou os impactos da pandemia em gestantes e crianças. Estamos vendo uma pandemia silenciosa de gestantes tendo partos premauros devido a complicações da Covid, como a trombose placentária”, disse.

    De acordo com o médico, Santa Catarina e o Distrito Federal também registram crescimento da taxa de ocupação de UTIs neonatais por bebês que já nascem infectados com o coronavíris.

    “Uma das possibilidades é que as novas variantes possam ter ação numa faixa etária menor. O Brasil, infelizmente, já é campeão no número de gestantes infectadas e óbitos de crianças abaixo dos cinco anos.”

    (*supervisionada por Layane Serrano)

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