‘Não sei se a agência regulatória russa é isenta’, diz pesquisador da UFRJ
Edimilson Migowski, infectologista da UFRJ ressaltou que independente da questão política, é difícil fazer qualquer previsão da vacina russa neste momento
Com a notícia de que a Rússia registrou e aprovou a primeira vacina contra a Covid-19 no mundo, surgiram diversos questionamentos quanto ao processo de elaboração do medicamento.
Para Edimilson Migowski, pesquisador e médico infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é difícil falar da imunização sem detalhes de como ela foi desenvolvida.
“Fica complicado falar da vacina russa sem grandes elementos na mão. Veja a Anvisa, que é formada por grupo técnico rigoroso. Não há chances de o processo ser manipulado. Não sei se a agenda regulatória russa tem essa mesma isenção.”
Leia também
A vacina da Rússia para a Covid-19 é confiável?
Laboratório russo não pediu registro de vacina de Covid-19 no Brasil, diz Anvisa
Vacinas e pessoas assintomáticas podem ser a chave para os mistérios da Covid-19
Migowski diz que para a vacina ser aplicada em larga escala, o medicamento precisa ter uma série de comprovações. Ele lembra que os testes clínicos dos russos ainda não foram concluídos.
“Precisamos ter cautela ao tomar posicionamento técnico sem muitos elementos. Existe desconfiança porque não se tem elementos nas mãos. É preciso comprovar o tempo de proteção da vacina, sua eficácia e segurança para licenciar o produto.”
O infectologista também ressaltou que, independente da questão política, é difícil fazer qualquer previsão da vacina russa neste momento.
(Edição: Sinara Peixoto)