Não podemos banalizar a variante Ômicron, diz epidemiologista
Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, afirma que momento da pandemia não permite grandes aglomerações
O momento da pandemia e o avanço da variante Ômicron do coronavírus não permitem dizer que o futuro próximo será de “calmaria”, pois essa cepa não pode ser subestimada, segundo o que disse a epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) Carla Domingues em entrevista à CNN nesta terça-feira (11).
“Não podemos banalizar essa variante achando que a situação está sob controle. Precisamos manter todas as medidas como utilização de máscara, higienização de mãos e utilização de álcool em gel”, colocou.
Domingues explicou que qualquer previsão de futuro pode estar equivocada. Tanto por ser necessário entender o impacto da Ômicron nas próximas semanas quanto não termos um dado atual consolidado do Brasil sobre a pandemia – segundo a epidemiologista, o ataque hacker faz com que tenhamos informações dispersas dos estados.
A ex-coordenadora ressaltou a importância da vacinação, pois é a principal proteção contra a nova variante, e disse que o momento exige que as medidas de restrição sejam repensadas e mais rígidas. Se nas próximas duas semanas houver aumento na taxa de transmissão do vírus, deveríamos adotar mais restrições.
“Em toda aglomeração falamos de transmissão elevada. Não é momento de shows com 30 mil pessoas e estádios de futebol lotados, pois em todos esses ambientes teremos condição de elevada disseminação da doença. Acho que o Carnaval deveria ser cancelado em todos os locais, inclusive desfile de escola de samba”, colocou.
Assim, segundo a epidemiologista, além da imunização é necessário estar próximo apenas de pessoas totalmente vacinadas e usar proteções como máscaras. A mais recomendada seria a N95, ou PFF2, mas, se não for possível comprá-la, outra solução é usar uma máscara cirúrgica junto a uma de pano.
Vacinação de crianças
Por fim, Carla Domingues falou que a imunização de crianças é fundamental, pois estará protegendo individualmente cada uma que tomar a vacina, mas também suas famílias, uma proteção coletiva. Assim, poderão voltar a conviver socialmente e ter um retorno seguro para a escola.
A epidemiologista criticou o movimento do Ministério da Saúde de abrir para os pais a decisão de imunizar ou não os filhos. Conforme explicou, é necessário vacinar todas as crianças e que se o imunizante está no PNI ela é segura e importante.
Veja a entrevista completa no vídeo acima