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    ‘Não houve mortes por falta de atendimento’, diz Bolsonaro sobre Covid-19

    Presidente também disse que números sobre a pandemia têm que servir para planejamento, "e não para dar manchete em jornal"

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na manhã desta terça-feira (9) a jornalistas em Brasília que “não houve mortes por falta de atendimento” após ser perguntado se o isolamento social não foi importante para que a pandemia de Covid-19 não fizesse ainda mais vítimas no Brasil — já são mais 37 mil mortos no país.

     “Eu desconheço, ou… Raríssimas pessoas que faleceram por falta de UTI ou respirador”, disse Bolsonaro. “Os que faleceram, em grande parte, as pessoas tinham comorbidade, tinham idade, eram fracas. Logicamente, tinham mais tempo de vida. Esse vírus abreviou a vida delas. Mas não houve mortes por falta de atendimento. O governo federal dispensou centenas de bilhões de reais para tratar não só a questão do vírus, como a questão do desemprego”. 

    Segundo Bolsonaro, “o efeito desse isolamento vai ser muito maior, vai gerar muito mais mortes que o próprio vírus em si”. 

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    Números da Covid-19

    Bolsonaro também defendeu as mudanças feitas pelo governo federal na forma de divulgar as estatísticas sobre a Covid-19 no Brasil. 

    “O que nós queremos é um número limpo. O número que sirva para você fazer prognósticos, para você preparar o que vai fazer amanhã, semana que vem, mês que vem. E não números que sirvam apenas para inflar, dar notícia em alguns órgãos de imprensa. Todos os números vão estar lá”, afirmou. “Esses números têm que servir para alguma coisa, e não para dar manchete em jornal.”

    Mais cedo hoje, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, criticou nesta terça-feira (9) a forma de divulgação dos dados sobre o novo coronavírus adotada por seus antecessores e afirmou que apresentar apenas a soma de contaminados e mortos não era uma “informação digna” para o povo.

    As alterações feitas pelo governo federal têm sido alvo de críticas. 

    Na segunda-feira (8), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ser “urgente que o Ministério da Saúde divulgue os números com seriedade, respeitando os brasileiros e em horário adequado. Não se brinca com mortes e doentes“.

    O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, afirmou que o “dado solto, de um dia, não serve para fazer a análise adequada das curvas de tendência”.

    Também ontem, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que o Ministério da Saúde volte a publicar dados completos sobre o avanço do novo coronavírus no país. A decisão foi tomada após a Rede, o PCdoB e o PSOL recorrerem ao Supremo contra a mudança no protocolo de divulgação das informações sobre mortos e casos do novo coronavírus. 

    Na decisão, Moraes ordena que a pasta “mantenha em sua integralidade a divulgação diária dos dados epidemiológicos relativos à pandemia”, inclusive em seu site na internet.

    (Edição: Bernardo Barbosa)

     

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