Não há comprovação no uso de radiação UV contra Covid-19, alerta Anvisa
Segundo nota técnica da agência, eficácia da luz ultravioleta só foi comprovada em condições específicas; uso incorreto pode causar câncer em seres humanos


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota em que alerta para os perigos do uso de radiação ultravioleta (UV) no combate ao novo coronavírus.
A nota técnica da agência trata do uso de radiação UV para desinfecção de ambientes públicos e hospitalares para combater o coronavírus. A Anvisa diz ainda que a utilização traz a possibilidade do desenvolvimento de câncer em seres humanos.
Segundo o documento, a eficácia da luz ultravioleta só é comprovada em “condições conformacionais específicas e controladas” quanto à intensidade, dose de radiação, área irradiada e ângulo de exposição, além de ser em superfícies lisas e limpas.
Em ambientes “reais”, a Anvisa não recomenda o uso como única alternativa de desinfecção.
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Outra preocupação da Agência trata do uso de equipamentos que emitem luz UV para desinfecção de áreas da pele, como as mãos. Essa finalidade poderia afetar o DNA de tecidos biológicos, ampliando a possibilidade da formação de câncer.
“Diante do exposto, considerando os sérios efeitos adversos associados, não é recomendado, sob qualquer hipótese, o uso de UV diretamente em pessoas para o combate ao Sars-CoV-2,” informa a nota técnica.
Para utilizar a luz UV como desinfetantes, em ambientes públicos e hospitalares, é preciso comprovar a eficácia do procedimento junto à Anvisa.
“Adicionalmente, com base nas disposições legais e normativas vigentes, destaca-se o entendimento de que os equipamentos que utilizam luz UV para desinfecção de ambientes públicos e de superfícies em geral, devido a alegação da ação desinfetante, passam a ser de interesse à saúde humana, razão pela qual também se faz necessário a comprovação de sua eficácia junto a Agência”, conclui a Anvisa.