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    Mutação menos letal é “racional” para a sobrevivência do novo coronavírus

    No quadro Correspondente Médico, Fernando Gomes falou sobre variante Ômicron, considerada como preocupante pela OMS

    Fabrizio Neitzkeda CNN , Em São Paulo

    Na edição desta segunda-feira (29) do quadro Correspondente Médico, no Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre a variante Ômicron do novo coronavírus, que ligou o sinal de alerta em todo o mundo após uma escalada de casos no sul da África.

    Até o momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não confirmou se a nova cepa é mais transmissível que outras ou se pode causar formas mais graves da doença, mesmo com uma crescente taxa de hospitalização na África do Sul. Esta é a quinta variante considerada “preocupante” pela agência.

    Segundo Fernando Gomes, ainda não há dados suficientes para avaliar os riscos da Ômicron. “Há uma preocupação baseada no conhecimento científico existente até agora. O que sabemos é que existem muitas alterações, isso chama atenção, e em um ponto muito estratégico do coronavírus, que, em última análise, pode até torná-lo mais fraco, mas nossa preocupação é que seja o contrário”, explicou.

    Para o neurocirurgião, a mutação é “racional” do ponto de vista da existência do vírus, que busca ser menos letal nos organismos vivos para sobreviver por mais tempo, mas ainda assim exige atenção.

    “É lógico que estamos falando de mutação, é muita informação diferente, é muita alteração e a nossa expectativa é que seja como as outras e possamos manter o controle. Se não for, a ciência vai encontrar uma forma de fazer adequações. Até lá, todo cuidado é pouco.”

    O médico também definiu as mutações e apontou para o diferencial da Ômicron em relação as outras variantes. “O que chama atenção a essa variante especificamente é a quantidade de mutações e deleções relacionadas com a proteína S (Spike), o ponto de conexão com as células do corpo humano e sua entrada.”

    Gomes comparou a proteína S com uma chave-mestre, responsável pelo acesso do vírus às células.

    “É como se tivesse uma chave e uma fechadura. A fechadura não muda porque é o corpo das pessoas, definido geneticamente. A chave é a proteína S. Se eu mudo essa chave e ela usa uma outra estrutura, ela pode ou não ser mais eficiente para entrar na célula”, completou.

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