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    Municípios do estado do Rio divergem quanto a vacinação dos adolescentes

    Pelo menos oito cidades decidiram interromper a aplicação da vacina em jovens de 12 a 17 anos. Na capital, a imunização dos adolescentes está mantida

    Mylena Guedesda CNN Rio de Janeiro

    A recomendação do Ministério da Saúde de suspender a vacinação contra a Covid-19 em adolescentes dividiu algumas cidades no estado do Rio de Janeiro. A CNN apurou que pelo menos oito municípios fluminenses aderiram à interrupção, entre eles, Petrópolis, Duque de Caxias, Teresópolis, Cabo Frio, Angra dos Reis, Saquarema, Resende e Magé. Enquanto isso, além da capital, outras cinco cidades afirmam que a vacinação dos jovens de 12 a 17 anos será mantida.

    Os municípios que decidiram suspender a imunização aguardam orientação da Secretaria de Estado de Saúde. Em nota, a pasta afirmou que ainda aguarda as respostas aos questionamentos feitos pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) ao governo federal. Entretanto, a secretaria enfatizou a importância do avanço da vacinação para proteger não só as pessoas com maior risco de agravamento da Covid-19 como também reduzir a circulação do vírus na população. Enquanto isso, a vacinação no estado segue segmentada.

    O Conass já emitiu um parecer contrário à decisão do Ministério da Saúde. Na nota divulgada nessa quarta-feira (15), o Conselho defendeu que a aplicação do imunizante da Pfizer, em todos os jovens de 12 a 17 anos, é segura e necessária.

    Já o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro criticou a decisão do Governador Federal e afirmou que não houve consulta à Câmara Técnica Assessora do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Em nota, o Cosems afirmou que a medida não tem respaldo científico e causa um desserviço à população, trazendo insegurança em relação à eficácia da imunização, e recomendou a manutenção da vacinação em adolescentes no Estado do Rio de Janeiro.

    A medida do governo federal foi anunciada após a morte de um adolescente, de 16 anos, em São Paulo. O menino recebeu a primeira dose da vacina da Pfizer. Contudo, a própria pasta ainda não confirmou se a morte do jovem tem ou não relação com a aplicação do imunizante.

    Nesse sentido, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que investiga a suspeita de reação adversa, mas ressalta que não existem evidências que demandem alterações nas condições aprovadas para o imunizante da Pfizer, único permitido para menores de 18 anos. Há três meses, no dia 12 de junho, a vacina recebeu a aprovação da Anvisa, após comprovação da eficácia e segurança.

    “No momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina”, diz um trecho do comunicado oficial da Anvisa.

    Na tarde desta quinta-feira (16), foi realizada uma reunião entre os secretários municipais de saúde e o secretário estadual, Alexandre Chieppe, que compõem o Conselho Intergestores Bipartite. A CNN apurou que, no encontro, foi feita uma sugestão para que o grupo ratificasse uma resolução do dia 20 de agosto. Nela, o governo do Rio e os gestores das cidades sugeriam que as cidades que têm mínimo de 90% da população adulta imunizada com a primeira dose prosseguissem para vacinar todos os que têm entre 12 e 17 anos.

    Antes do encontro, Chieppe afirmou à CNN que “do ponto de vista risco versus benefício, o estado do Rio de Janeiro entende que a vacinação deve continuar sendo realizada em adolescentes”.

    Rodrigo Oliveira, presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Rio e secretário de saúde de Niterói, afirmou à CNN que a decisão do Ministério pegou “todos os gestores de surpresa”. “Decisão não passou pelo Programa Nacional de Imunização, não houve conversa com os secretários estaduais de saúde do país. Foi feita uma decisão com problema de método e de forma, que gera muita confusão e desinformação”.

    (Com informações de Leandro Resende)

    *Sob supervisão de Isabelle Resende