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    Mpox: o que é mito e o que é verdade segundo especialistas

    Conheça principais sintomas, formas de transmissão, riscos para a saúde e maneiras de prevenir o contágio

    Lucas Rochada CNN

    A mpox não é uma doença nova. Ela foi descoberta em um macaco em 1958, o que levou à origem do nome (já em desuso) da enfermedida: varíola dos macacos. A primeira infecção em um ser humano foi descoberta em 1970 em uma criança na República Democrática do Congo, na África. Confira abaixo o que é mito e o que é verdade em relação à enfermidade segundo especialistas.

    O vírus mpox causa uma doença com sintomas semelhantes à varíola, mas menos graves. A varíola foi erradicada em 1980, mas a mpox infecta pessoas em todos os continentes até hoje.

    É mito que a mpox seja transmitida da mesma forma que a Covid-19

    A principal forma de transmissão da mpox é por meio do contato próximo com lesões na pele, secreções respiratórias ou por objetos pessoais contaminados, como roupas de cama e de banho.

    No caso da Covid-19, a transmissão acontece de maneira mais fácil. As evidências atuais sugerem que o Sars-CoV-2, da mesma forma que outros vírus respiratórios, é transmitido principalmente por três modos: contato, gotículas ou por aerossol.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a transmissão da mpox requer contato pessoal prolongado, o que coloca em maior risco os profissionais de saúde, membros da família e outros contatos próximos de pessoas infectadas.

    A transmissão da mpox também pode ocorrer de forma vertical, por meio da placenta da mãe para o feto ou durante o contato próximo no momento e após o nascimento.

    É mito que a mpox afeta apenas homens gays e bissexuais

    O vírus da mpox pode afetar qualquer pessoa, de qualquer gênero e orientação sexual, independentemente das práticas e dos hábitos sexuais.

    Durante o surto que houve no Brasil em 2022, a OMS afirmava que a maioria dos casos notificados naquele momento em todo o mundo foram identificados por meio de serviços de saúde sexual ou de unidades de saúde primária ou secundária, envolvendo principalmente, mas não exclusivamente, homens que fazem sexo com homens.

    A terminologia “homens que fazem sexo com homens” (HSH) é uma classificação técnica adotada na área da saúde que inclui homossexuais, bissexuais e homens que não se identificam essas orientações mas se relacionam sexualmente com outros homens.

    Entre as hipóteses discutidas pela comunidade científica para explicar a prevalência daquele surto em HSH foi aventada a possibilidade de o vírus ter entrado em circulação em redes sexuais interconectadas.

    É mito que macacos transmitem a doença no surto atual

    A mpox é uma doença viral transmitida aos seres humanos a partir de animais, considerada uma zoonose.

    O nome antigo da doença teve origem na descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. Apesar disso, os macacos não estão associados aos casos mais recentes da doença.

    É mito que todas as pessoas devem ser vacinadas contra a mpox neste momento

    A OMS recomenda a vacinação contra a mpox para grupos prioritários, incluindo profissionais de saúde em risco, equipes de laboratório que atuam com ortopoxvírus, especialistas em análises clínicas que realizam diagnóstico para a doença, pessoas que tiveram contato com casos confirmados ou suspeitos, além daquelas com múltiplos parceiros sexuais.

    As recomendações foram publicadas em um guia de 2022 a partir da consultoria do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos (Sage, na sigla em inglês). No documento, a OMS enfatiza que a vacinação em massa não é necessária nem recomendada para mpox até então.

    É verdade que o vírus se espalha por múltiplos países pela primeira vez

    Desde o início de maio de 2022, casos de mpox foram relatados em países onde a doença não é endêmica. Além disso, casos continuam sendo reportados em vários países endêmicos da África Ocidental ou Central.

    A maioria dos casos confirmados com histórico de viagens relatou passagem por países da Europa e América do Norte naquele ano. Foi a primeira vez que muitos casos e aglomerados de mpox foram relatados simultaneamente em países não endêmicos e endêmicos em áreas geográficas muito díspares.

    É verdade que a maior parte dos sintomas tende a desaparecer espontaneamente

    Os cuidados clínicos para a mpox são voltados para o alívio dos sintomas, além do gerenciamento de complicações e prevenção de sequelas a longo prazo. Os pacientes devem receber líquidos e alimentos para manter o estado nutricional adequado. Infecções bacterianas secundárias devem ser tratadas conforme indicado.

    Neste momento, há um medicamento antiviral chamado tecorivimat aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos para infecções associadas ao ortopovírus, incluindo a mpox. A autorização foi feita com base em modelos animais e dados de segurança e eficácia em humanos.

    Investigação de caso de mpox / Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

    É verdade que a mpox apresenta baixa letalidade

    Existem dois grupos de vírus da mpox: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).

    As infecções humanas com o tipo de vírus da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o grupo viral da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10% para o da Bacia do Congo.

    É verdade que as lesões podem se espalhar em diversas partes do corpo

    O período de incubação do vírus é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. Os sinais e sintomas da doença podem durar entre duas e quatro semanas.

    A doença começa, na maior parte dos casos, com uma febre súbita, forte e intensa. O paciente também pode ter dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e o aparecimento de gânglios (inchaços popularmente conhecidos como “ínguas”), que podem acontecer tanto na região do pescoço, na região axilar, como na região genital.

    A manifestação de lesões na pele acontece na forma de bolhas que podem aparacer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais.

    É verdade que a vacina contra a varíola comum oferece proteção contra a mpox

    A vacinação contra a varíola comum é cerca de 85% eficaz na prevenção da mpox, o que indica que a imunização prévia pode resultar em doença mais leve, segundo estudos observacionais feitos na época do surto de 2022.

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