Mortes na América Latina podem quadruplicar sem medidas de restrição, alerta OMS
Previsão da Organização Mundial de Saúde é que números quadripliquem até outubro, sem as medidas necessárias de prevenção
No momento, as mortes pela doença respiratória provocada pelo novo coronavírus na região estão em 113.844, ou quase um quinto do número global de óbitos, de acordo com um mapeamento da Reuters.
As Américas são o epicentro mundial da pandemia de coronavírus atualmente, e a cifra da região como um todo pode quase triplicar e atingir 637 mil até o dia 1º de outubro, disse a autoridade da OMS, embora tenha ponderado que projeções de modelos matemáticos não devam ser entendidas literalmente, mas somente como diretrizes de planejamento.
Conforme as condições atuais, acredita-se que a pandemia atingirá um pico no Chile e na Colômbia em meados de julho, mas na Argentina, Brasil, Bolívia e Peru só em agosto, e a Costa Rica só achatará sua curva de infecções em outubro, disse.
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Países, Estados e cidades que relaxam restrições cedo demais podem ser inundados por casos novos da Covid-19, disseram Etienne e outros diretores do braço regional da OMS, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em uma coletiva de imprensa virtual a partir de Washington.
“A complacência é nossa inimiga na luta contra a Covid-19”, disse ela, acrescentando: “A batalha é dura, mas está longe de estar perdida.”
O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos e de mortes pelo novo coronavírus, só ficando atrás dos Estados Unidos, e diretores da OMS disseram que pediram diversas vezes que o país aumente os exames e transmita uma mensagem coerente à população.
Por mais de uma vez o presidente Jair Bolsonaro já minimizou a pandemia, classificando a Covid-19 de uma “gripezinha” e desdenhando do número de mortos pela doença no país. Ele também entrou em rota de colisão com governadores que adotaram medidas de distanciamento social, como o fechamento do comércio, e acusou chefes de Executivos estaduais de exterminarem empregos.