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    Mortes de crianças na Gâmbia estão ligadas a xarope para tosse da Índia, diz OMS

    Descobertas anunciadas pelo diretor-geral da OMS seguiram testes em vários xaropes medicinais suspeitos de causar a morte de 66 crianças no pequeno país da África Ocidental

    Leroy LeoRaghav MahobeJennifer RigbyEdward McAllisterda Reuters , em Bangalore e em Londres

    As mortes de dezenas de crianças pequenas na Gâmbia por lesões renais agudas podem estar ligadas a xaropes para tosse e resfriado contaminados feitos por um fabricante indiano de medicamentos, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira (5).

    As descobertas, anunciadas pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, seguiram testes em vários xaropes medicinais suspeitos de causar a morte de 66 crianças no pequeno país da África Ocidental.

    Tedros disse à imprensa que a agência das Nações Unidas (ONU) estava conduzindo uma investigação com os reguladores indianos e a empresa que fabricava os xaropes, a Maiden Pharmaceuticals Ltd., com sede em Nova Délhi.

    A Maiden Pharma se recusou a comentar, enquanto ligações e mensagens para o Controlador Geral de Medicamentos da Índia ficaram sem resposta. O Ministério da Saúde da Índia não respondeu a um pedido de comentário.

    A OMS emitiu um alerta de produto médico na quarta-feira pedindo aos reguladores que removam os produtos da Maiden Pharma do mercado.

    Os produtos podem ter sido distribuídos em outros lugares por meio de mercados informais, mas até agora foram identificados apenas na Gâmbia, disse a OMS em seu alerta.

    O alerta abrange quatro produtos: Promethazine Oral Solution, Kofexmalin Baby Cough Syrup, Makoff Baby Cough Syrup e Magrip N Cold Syrup.

    A análise de laboratório confirmou quantidades “inaceitáveis” de dietilenoglicol e etilenoglicol, que podem ser tóxicos e levar a lesão renal aguda, disse a OMS.

    Oficiais médicos da Gâmbia dispararam o alarme em julho, depois que dezenas de crianças começaram a adoecer com problemas renais. As mortes confundiram os médicos antes que surgisse um padrão: dezenas de pacientes com menos de cinco anos adoeceram três a cinco dias depois de tomar um xarope de paracetamol vendido localmente.

    O diretor de serviços de saúde da Gâmbia, Mustapha Bittaye, disse que problemas semelhantes foram detectados em outros xaropes, mas que o ministério aguarda a confirmação dos resultados.

    Ele disse que o número de mortes diminuiu nas últimas semanas e que a venda de produtos fabricados pela Maiden Pharmaceuticals foi proibida. No entanto, até recentemente, alguns dos xaropes ainda eram vendidos em clínicas particulares e em hospitais, disse ele.

    A Agência de Controle de Medicamentos da Gâmbia enviou, na terça-feira (4), uma carta aos profissionais de saúde ordenando que eles parassem de vender qualquer um dos produtos listados pela OMS.

    A Maiden Pharmaceuticals fabrica medicamentos em suas instalações na Índia, que depois vende no mercado interno, além de exportá-los para países da Ásia, África e América Latina, de acordo com seu site.

    (Edição de Anil D’Silva, William Maclean e Matthew Lewis)

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