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    Mortes associadas ao diabetes e à hipertensão aumentaram no Brasil desde 2020

    Segundo estudo da Fiocruz, em 2021, houve um aumento de 15% nos óbitos relacionados às doenças em comparação com o período de 2015 a 2019

    Gabriela Maraccinida CNN

    Um novo estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), da Universidade de Montreal e do Centro de Pesquisa em Saúde Pública, ambos no Canadá, mostrou que as mortes associadas ao diabetes e à hipertensão cresceram no Brasil entre 2020 e 2022. Segundo o trabalho, a razão de mortalidade por ambas as doenças tiveram um aumento de 15% em 2021.

    O trabalho, publicado na revista científica PLOS Public Health nesta quinta-feira (9), analisou os dados de mortalidade do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) do Brasil, do DataSUS, abrangendo o período de 2015 a 2022. Os dados incluíram todas as causas de morte listadas nas certidões de óbito.

    De acordo com o estudo, entre 2015 e 2022, o Brasil registrou um total de 11.423.288 mortes. As taxas de mortalidade permaneceram estáveis até 2019, mas houve um aumento acentuado entre 2020 e 2021. Em 2022, o número de mortes reduziu, mas não ao mesmo nível do período anterior.

    Além disso, as taxas de mortalidade associadas ao diabetes, à hipertensão arterial e às doenças cardiovasculares continuaram elevadas mesmo quando os óbitos relacionados à Covid-19 — o que poderia influenciar no aumento das mortes entre 2020 e 2022 — foram excluídos.

    Para os autores do estudo, os resultados destacam a persistência de altas taxas de mortalidade por diabetes e hipertensão, enfatizando a “necessidade de atenção contínua ao manejo e prevenção da diabetes e da hipertensão como parte das estratégias de saúde pública, durante e após a pandemia de Covid-19”.

    Como o estudo foi feito?

    Para realizar o estudo, os pesquisadores compararam as taxas de mortalidade ajustadas por sexo, idade e residência no Brasil no período de 2020 a 2022, em relação ao período anterior de 2015 a 2019. Também foram analisadas as taxas em subgrupos de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial.

    As razões de mortalidade foram calculadas como taxas de mortalidade entre 2020 e 2022 sobre as taxas de mortalidade médias entre 2015 e 2019. Valores acima de 1 foram consideradas “mortes em excesso” quando comparadas ao período não pandêmico.

    Para medir o impacto da pandemia, os pesquisadores também calcularam a taxa de mortalidade excluindo os atestados de óbito que mencionavam “Covid-19”.

    De acordo o trabalho, as razões de mortalidade por todas as causas foram 9% e 24% mais altas em 2020 e em 2021, respectivamente, em comparação com o período entre 2015 e 2019, enquanto para 2022, foi 2% menor. Quando as mortes por Covid-19 foram excluídas da análise, as razões de mortalidade voltaram para um valor de 0,93.

    Porém, quando os pesquisadores analisaram especificamente as taxas de mortalidade para diabetes e hipertensão, as razões de mortalidade foram mais altas do que os óbitos em geral. A razão de mortalidade por diabetes foi de 1,61, em 2021, e de 1,14, em 2022. Já a de hipertensão, foi de 1,54, em 2021, e de 1,14, em 2022.

    Além disso, o estudo diz que as razões de mortalidade para diabetes e hipertensão não caíram para um valor abaixo de 1 quando os registros relacionados ao Covid-19 foram excluídos. Isso representa um aumento de 15% nas mortes relacionadas por ambas as condições em 2021, em comparação com o período anterior.

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