Moderna afirma que sua vacina é 94,5% eficaz contra a Covid-19
Farmacêutica norte-americana está na fase final de ensaios clínicos de seu imunizante
A vacina da farmacêutica Moderna tem 94,5% de eficácia contra o novo coronavírus, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (16) pela empresa, tornando-a a segunda vacina nos Estados Unidos a ter uma taxa de sucesso alta.
“Esses são resultados obviamente muito empolgantes”, disse o Dr. Anthony Fauci, um dos principais médicos de doenças infecciosas do país. “É tão bom quanto parece – 94,5% é realmente excelente.”
A Moderna foi informada dos resultados em uma ligação na tarde do último domingo (15) com membros do Conselho de Monitoramento e Segurança de Dados, um painel independente que analisa os dados dos ensaios clínicos de vacinas.
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“Foi um dos melhores momentos da minha vida e da minha carreira. É absolutamente incrível poder desenvolver esta vacina e ver a capacidade de prevenir doenças sintomáticas com tão alta eficácia”, disse o Dr. Tal Zacks, diretor médico da Moderna.
A vacinação pode começar já na segunda quinzena de dezembro, disse Fauci. As vacinações devem começar com grupos de alto risco e estar disponíveis para o resto da população no primeiro semestre de 2021.
“Acho que todo mundo vai começar a se vacinar no final de abril”, disse Fauci. “E isso vai até maio, junho, julho. Levará alguns meses para fazer.”
Taxas de eficácia inesperadamente altas
Na semana passada, a Pfizer também anunciou que os primeiros dados mostram que sua vacina é mais de 90% eficaz contra a doença.
No ensaio do Moderna, 15.000 participantes do estudo receberam um placebo, que é uma injeção sem efeito. Ao longo de vários meses, 90 deles desenvolveram Covid-19, com 11 desenvolvendo formas graves da doença.
Outros 15.000 participantes receberam a vacina, e apenas cinco deles desenvolveram Covid-19. Nenhum dos cinco ficou gravemente doente.
A empresa afirma que sua vacina não apresentou efeitos colaterais graves. Uma pequena porcentagem apresentou sintomas como dores no corpo e de cabeça.
A Moderna planeja solicitar a autorização de sua vacina à agência federal reguladora dos Estados Unidos quando acumular mais dados de segurança, no final deste mês.
Uma nova tecnologia de vacina
As vacinas da Pfizer e da Moderna têm resultados semelhantes porque usam a mesma técnica para ativar o sistema imunológico do corpo.
As vacinas entregam RNA mensageiro, ou mRNA, uma receita genética. Uma vez injetado, o sistema imunológico do corpo produz anticorpos contra os organismos virais. Se uma pessoa vacinada for exposta posteriormente ao coronavírus, esses anticorpos devem estar prontos para atacar o vírus.
“Sempre houve ceticismo sobre o mRNA”, disse Fauci. “O que vimos nos testes é que não havia nenhuma preocupação real com a segurança e a eficácia é bastante impressionante. Vimos resultados quase idênticos [com Pfizer e Moderna] e isso praticamente valida a plataforma de mRNA.”
Ambas as vacinas são administradas em duas doses com semanas de intervalo.
Vantagens práticas da vacina da Moderna
Enquanto as duas vacinas parecem ter perfis de segurança e eficácia muito semelhantes, a vacina da Moderna tem uma vantagem prática significativa sobre a Pfizer.
A vacina da Pfizer deve ser mantida a 75 graus Celsius negativos. Nenhuma outra vacina nos EUA precisa ser mantida tão fria, e os consultórios médicos e farmácias não têm freezers tão baixos.
A vacina da Moderna pode ser mantida a 20 graus Celsius negativos.
Isso significa que a vacina da Moderna pode ser mantida em “um freezer disponível na maioria dos consultórios médicos e farmácias”, disse Zacks. “Aproveitamos a infraestrutura que já existe para outras vacinas comercializadas”.
Outra vantagem da vacina da Moderna é que ela pode ser mantida por 30 dias na geladeira, anunciou a empresa nesta segunda-feira. A vacina da Pfizer pode durar apenas cinco dias na geladeira.
(Texto traduzido, leia o original em inglês na CNN)