Ministério não tem estoque, diz Queiroga sobre tempo de distribuição das vacinas
Ministro da Saúde participou de evento ao lado de Daniel Soranz, secretário do Rio, que tem cobrado celeridade da pasta
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse em entrevista coletiva que a pasta comandada por ele não tem “estoque” de vacinas contra a Covid-19. O chefe da pasta do governo federal tem sido cobrado por estados e municípios sobre o tempo para distribuir as vacinas recebidas de fabricantes internacionais, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Butantan.
Em evento na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, Queiroga afirmou que a campanha de imunização brasileira é uma das mais bem sucedidas do mundo, mas que a liberação das doses da vacina contra o coronavírus não pode ser imediata pois são necessárias autorizações e liberações de órgãos técnicos a cada carregamento.
“O Ministério não tem estoques de doses. [Quando] essas doses chegam ao departamento de logística do Ministério da Saúde, é necessária uma autorização da Anvisa e é necessário que o INCQS libere. Assim que libera, a gente dispensa para os estados e municípios. A nossa campanha vai muito bem. Todas as narrativas que querem desqualificar a campanha nacional de imunização do Brasil estão batendo com a cabeça na parede”, afirmou.
Queiroga foi questionado pela CNN sobre as críticas de secretários de saúde e autoridades locais sobre o tempo de distribuição. Um dos que questionam a política do ministério é o secretário municipal do Rio de Janeiro, Daniel Soranz. O prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também tem cobrado mais agilidade do ministério.
Em sua conta no Twitter, Soranz postou a hashtag #distribuiMS e apontou que 12,9 milhões de doses já chegaram às mãos do governo federal mas ainda não chegaram às cidades. “Precisamos da distribuição das vacinas em estoque o mais rápido possível! Estamos em pleno inverno com nova variante circulando! Nada pode ser mais urgente que esta distribuição!”, dizia a mensagem. Três horas depois, no evento na Maré, ele participou ao lado do ministro.
Questionado sobre as cobranças, Queiroga disse que se Soranz tiver uma sugestão de aprimorar o plano de imunização, ele tem seu número de telefone e pode ligar. “O que nos queremos é que as doses sejam distribuídas com celeridade – o que não significa dizer que toda dose que chega no Aeroporto de Guarulhos ou no de Viracopos seja imediatamente dispensada pra estados e municípios, precisa da autorização da Anvisa, precisa da autorização do INCQS, e o secretário Daniel Soranz sabe disso, não é?”, respondeu.
O ministro ainda disse que não precisa de pesquisas pra saber que a população confia nele. “Eu sou médico há mais de 30 anos e eu aprendi que é necessário que os pacientes confirm no médico. Se não muda de médico. E a gente trabalha aqui pra angariar confiança da população e eu sei que a população confia em mim como ministro da Saúde. E eu percebo isso muito facilmente porque eu ando na rua e vejo. Não preciso fazer pesquisa nenhuma. Eu tô vendo aí”, afirmou.