Ministério da Saúde recomenda vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19
Vacinação de crianças deverá priorizar grupos com deficiência permanente ou comorbidades; em relação às crianças sem comorbidades, a imunização será realizada por faixa etária
O Ministério da Saúde recomendou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. De acordo com o documento publicado nesta sexta-feira (24), a imunização do público de 5 a 11 anos deverá ser realizada com a autorização dos pais ou responsáveis e com a prescrição médica.
De acordo com o ministério, a vacinação de crianças deverá priorizar grupos com deficiência permanente ou comorbidades, além de crianças que vivam na mesma casa que pessoas com alto risco de evolução grave da Covid-19.
Em relação às crianças sem comorbidades, a imunização será realizada por faixa etária:
- De 10 a 11 anos
- De 8 a 9 anos
- De 6 a 7 anos
- De 5 anos
As recomendações permanecem em consulta pública aberta até o dia 2 de janeiro. O Ministério da Saúde afirma que a medida tem como objetivo dar transparência e abrir diálogo no processo de ampliação da campanha de vacinação contra a Covid-19.
O documento completo do Ministério da Saúde está disponível online.
Autorização da Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade no Brasil no dia 16 de dezembro. A decisão foi fruto de avaliação técnica do pedido submetido pela farmacêutica no dia 12 de novembro.
A dosagem da vacina para esta faixa etária será ajustada e menor que aquela utilizada por maiores de 12 anos. As doses terão frascos diferenciados pela cor, roxa para adultos e adolescentes e laranja para crianças, de acordo com a Pfizer.
Composição da vacina
A vacina da Pfizer para uso em crianças apresenta dosagem e composição diferentes do imunizante utilizado para maiores de 12 anos. A formulação da vacina para uso pediátrico é de duas doses de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas), com esquema de pelo menos 21 dias de intervalo entre as doses.
Com o objetivo de diferenciar as vacinas para crianças dos imunizantes para maiores de 12 anos, a tampa do frasco da vacina de uso pediátrico será na cor laranja. Para os maiores de 12 anos, a vacina, que será aplicada em doses de 0,3 mL, terá tampa na cor roxa, como já está padronizado.
A Anvisa orientou que as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose, devem manter a dose pediátrica. Além disso, informou que não há estudos sobre a coadministração com outras vacinas para essa faixa de idade.
A vacina também tem esquema de conservação diferente, podendo permanecer por 10 semanas em temperatura de 2ºC a 8ºC.
Riscos de efeitos adversos são baixos
De acordo com a Anvisa, os principais pontos de atenção em relação ao público infantil para a aprovação da vacina são os dados de segurança e eventos adversos identificados.
Na apresentação sobre a aprovação da vacinação de crianças, os técnicos da Anvisa mostraram resultados de um panorama dos Estados Unidos com 4,9 milhões de crianças de 5 a 11 anos vacinadas com ao menos uma dose da Pfizer. As suspeitas de eventos adversos representavam 0,05% do total de doses administradas no país norte-americano.
De acordo com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), que aprovou o uso na mesma faixa etária no dia 25 de novembro, “os efeitos adversos mais frequentes em crianças dos 5 aos 11 anos são semelhantes aos das pessoas com 12 anos ou mais. Incluem dor no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, vermelhidão e inchaço no local da injeção, dores musculares e calafrios. Esses efeitos são geralmente leves ou moderados e melhoram alguns dias após a vacinação”.
Vacina é segura
De acordo com a avaliação da equipe técnica da Anvisa, a vacina é segura para aplicação em crianças de 5 a 11 anos.
Para chegar à decisão, a agência contou com a consultoria de um grupo de especialistas em pediatria e imunologia. Os pesquisadores tiveram acesso aos dados dos estudos e resultados apresentados pela Pfizer.
A consultoria contou com a participação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
“Eu vejo como excelente a vinda de uma vacina em termos de proteção para essas crianças. Foram apresentados, junto aos órgãos regulatórios, os estudos com relação à eficácia e principalmente em relação à segurança e imunogenicidade [capacidade de indução da resposta imunológica pelo organismo]”, disse a médica Rosana Richtmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, em vídeo veiculado pela Anvisa.
Na reunião pública transmitida ao vivo pela Anvisa, o diretor-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que as evidências científicas disponíveis apontam que a vacina administrada no esquema de duas doses para crianças de 5 a 11 anos pode ser eficaz na prevenção de doença grave e de óbitos.
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