Medidas da Anvisa dão fôlego de alguns dias para kit intubação, diz diretor
Medicamentos do chamado kit intubação estão com estoques baixos em diversas regiões do país; Anvisa facilitou importação
![Leitos de UTI no Hospital Regional de Santa Maria, em Brasília, com aparelhos para atender pacientes de Covid-19 Leitos de UTI no Hospital Regional de Santa Maria, em Brasília, com aparelhos para atender pacientes de Covid-19](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/27292_84C9E475F2636062-1.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
As medidas publicadas pela Anvisa darão fôlego de alguns dias no abastecimento de medicamentos do chamado kit intubação, que estão com estoques baixos em diversas regiões do país. O aumento da importação desses remédios, no entanto, será “primordial” para conter a atual crise. A avaliação foi feita por Romison Rodrigues Mota, diretor da agência, à CNN.
Segundo ele, como reflexo das medidas publicadas, os fabricantes vão conseguir, por exemplo, antecipar em sete dias a distribuição do que já está produzido e em estoque. Haverá efeito então no abastecimento de hospitais já nos próximos dias, afirmou Mota.
Isso será possível porque a Anvisa mudou exigências. Antes, os fabricantes tinham de manter os medicamentos armazenados por 14 dias para que testes fossem feitos. Agora, a Anvisa autorizou fabricantes a reduzir esse prazo para somente sete dias.
No entendimento de Mota, a medida dará alguns dias de alívio na distribuição enquanto a importação vai sendo incrementada. A Anvisa também facilitou a importação e a produção local dos medicamentos.
“Agora há a ‘receita do bolo’ disponível, é só o interessado pegar essa receita e produzir o medicamento. Precisa somente notificar a Anvisa”, afirmou Mota.
A expectativa sobre os efeitos das medidas da Anvisa no abastecimento do mercado aumentou diante da indicação dos fabricantes de medicamentos de que eles não têm como atender à requisição de estoque feita pelo Ministério da Saúde.
A pasta requisitou os estoques, mas avisou que as empresas poderiam honrar os contratos já firmados. As fabricantes informaram então que não podem então responder à requisição nesse momento.
Segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, que representa fabricantes de medicamentos, as empresas informaram que estoques e parte da produção futura já estão comercializados.
“Nossa proposta é o Ministério da Saúde fazer compra centralizada, fornecendo diretamente aos estados e municípios de forma organizada e a indústria atenderia os hospitais privados. Como o consumo aumentou de forma absurda, será impossível, nesse momento, estados, municípios e os hospitais privados fazerem estoques de segurança”, afirmou.