Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Médicos dizem que ‘proteção’ em festas de fim de ano é ‘demonstração de carinho’

    Médicos Renato Kfouri, Marcelo Otsuka e Primo Paganini esperam pelo aumento dos casos de Covid-19 em janeiro, após festas de fim de ano

    Da CNN, em São Paulo

    Com a proximidade das festas de fim de ano e o aumento de casos positivos de Covid-19, as famílias se perguntam como poderão realizar os tradicionais encontros de Natal e Ano Novo com segurança. 

    A primeira recomendação dos profissionais de saúde é que todos os protocolos sanitários de uso de máscara, ventilação dos ambientes, respeito ao distanciamento entre as pessoas e não compartilhamento de copos e objetos pessoais seja seguido à risca.

    Os médicos Renato Kfouri, Marcelo Otsuka e Primo Paganini conversaram com a CNN, neste domingo (20), sobre as orientações em relação às reuniões de fim de ano e o perigo do negacionismo em um momento de alta nas taxas de transmissão.

    Leia e assista também:
    Órgão dos EUA confirma 6 reações alérgicas graves causadas pela vacina da Pfizer
    Pesquisadoras defendem que plano nacional abranja todas as vacinas disponíveis
    Sabemos mais sobre vacinas contra Covid-19 do que qualquer outra, diz médico
    CNN reúne talentos para mensagem de ano novo; assista

    Kfouri, presidente do departamento científico de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que todos deverão se adaptar às celebrações de uma maneira diferente este ano. “Essa talvez seja a melhor maneira de demonstrarmos carinho, afeto, amor, empatia e compreensão a quem a gente mais quer bem”.

    O cuidado deve ser redobrado nas casas com idosos e portadores de doenças crônicas, que são os mais vulneráveis e propensos a desenvolver formas graves da doença. “Se você coloca dois núcleos familiares juntos, em que as pessoas saem para trabalhar e convivem [com outros], aumenta-se o risco. O ideal é que a gente tenha o menor número de pessoas, de núcleos se reunindo”, diz o médico.

    O psiquiatra Primo Paganini falou sobre a importância do uso da tecnologia, como Zoom e grupos de WhatsApp para manter o laço familiar durante a pandemia. “Isolamento social não é o mesmo que isolamento afetivo”, explica.

    Médicos Renato Kfouri, Marcelo Otsuka e Primo Paganini
    Médicos Renato Kfouri, Marcelo Otsuka e Primo Paganini (20 dez. 2020)
    Foto: Reprodução / CNN

    O pediatra Otsuka comenta que na noite de Natal é preciso que apenas uma pessoa sirva as refeições e que os pratos, talheres e copos não sejam manuseados por pessoas diferentes. “Sempre uma mesma pessoa servindo, e [manter] os cuidados em relação a usar a máscara enquanto não estiver comendo, e mesmo quando estiver comendo, respeitar o distanciamento”, ressalta.

    Sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que a pandemia estaria chegando ao fim, todos os três discordaram. “Este discurso é completamente desconectado da realidade. A exemplo do que acontece em outros países, na Europa e Estados Unidos, estamos vivenciando um aumento do número de casos. Pode ser uma característica do vírus essa segunda onda, pode ser um recrudescimento da primeira, o nome técnico pouco importa. O que estamos assistindo é o aumento [dos casos] que tem lotado os hospitais. É visível para nós da linha de frente”, disse Kfouri. “Eu acredito que a desinformação é uma epidemia que tem matado tanto quanto o coronavírus”, complementou Kfouri.

    Otsuka afirma que os médicos estão preocupados com as consequências dos encontros de Natal e Ano Novo. “Essa negação com o aumento do número de casos, essa suposição – e a gente com certeza vai ter isso por conta do não respeito ao distanciamento e por conta das festas de fim de ano – isso será um grande problema para a gente (…) Infelizmente a gente tem ficado preocupado com esse provável aumento de casos que teremos agora em janeiro”.

    (Publicado por: André Rigue)
     

    Tópicos