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    Material para produção da vacina de Oxford no Brasil está pronto desde dezembro

    Demora na liberação do insumo atrasou o cronograma da produção do imunizante no Brasil

    Leandro Resendeda CNN



     

    O Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produza a vacina de Oxford no Brasil está pronto para ser exportado da China desde o dia 10 de dezembro do ano passado. 

    A demora na liberação do insumo atrasou o cronograma da produção do imunizante no Brasil. “Dentro de todos os desafios para produzir uma vacina, esse é o menor deles. A gente espera solução para este impasse em breve, nos próximos dias”, afirmou Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz. 

    A licença para exportação do IFA deve ser dada pelo governo da China. O IFA para a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela Astrazeneca é composto por organismos vivos. No caso são conjuntos de adenovírus, que virão para o Brasil em quantidade suficiente para possibilitar a produção inicial de 100 milhões de doses de vacina na Fiocruz, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

    Adenovírus é um vetor viral que foi tratado em laboratório para gerar anticorpos no organismo humano sem qualquer tipo de risco. 

    Caso o IFA não seja enviado até o final do mês, a Fiocruz irá cobrar que a Astrazeneca forneça doses prontas da vacina para o Brasil – como no caso das 2 milhões de doses compradas pela Fiocruz do Serum Institute, da Índia. Esta é uma previsão do contrato assinado entre a instituição e a empresa, que informou, em nota, que “está trabalhando para cumprir os prazos e exigências contratuais”.

    “Estamos junto com a Astrazeneca buscando uma solução para este impasse. Não é hora de discutir alternativas ainda. Todo mundo tem limitação de vacina. Podemos ter que buscar outras soluções”, afirmou Marco Krieger à CNN

    A CNN apurou com outros pesquisadores da Fiocruz que o laboratório de Bio-Manguinhos está com tudo pronto para receber o IFA. 

    Uma vez no Brasil ele deve ser processado, revisado e envasado em pequenos frascos, que levarão cinco doses de vacina. Este processo leva cerca de uma semana. Depois, são até três semanas para controle de qualidade das vacinas e submissão de registro do lote de imunizantes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

    O contrato celebrado entre a Fiocruz e a Astrazeneca prevê que o IFA seja produzido no Brasil a partir do segundo semestre, tornando desnecessária a importação do material biológico vindo da China. A expectativa da Fiocruz é de produzir 700 mil doses da vacina por dia.