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    Mais de 65% das pessoas apresentam um sintoma 2 anos após Covid-19, diz estudo

    Evidências sugerem que indivíduos que apresentam sintomas prolongados da doença relatam pior qualidade de vida relacionada à saúde

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    Dois anos após a infecção pelo coronavírus, quase 60% de pacientes que foram hospitalizados e 67,5% daqueles que não estiveram internados relatam pelo menos um sintoma pós-Covid-19.

    Os dados são de um estudo realizado na Espanha, publicado no periódico científico JAMA nesta terça-feira (15). De acordo com a pesquisa, os sintomas foram semelhantes entre hospitalizados e não hospitalizados.

    As evidências sugerem que indivíduos que apresentam sintomas prolongados da doença relatam pior qualidade de vida relacionada à saúde.

    Covid longa

    Sintomas prolongados de Covid-19 têm sido relatados em diversos estudos conduzidos ao longo da pandemia.

    Uma pesquisa nacional chamada Covitel, que avalia de maneira ampla fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, apontou que para cerca de 65% dos brasileiros, a infecção pela Covid-19 provocou sequelas, que incluem a perda de olfato e do paladar.

    Uma outra análise, divulgada em maio, revelou que dois anos após a infecção pelo coronavírus, metade dos pacientes internados em um hospital da China ainda apresentavam pelo menos um sintoma.

    No estudo recente, os especialistas avaliaram um total de 360 ​​pacientes hospitalizados e 308 pacientes que não foram internados. A falta de ar (dispneia) foi mais prevalente no início da doença entre os pacientes hospitalizados do que entre os não hospitalizados, enquanto a perda de olfato (anosmia) foi mais prevalente entre os não hospitalizados.

    Para o estudo, os pacientes hospitalizados foram avaliados em média de 23 meses após a alta hospitalar. Já os que não precisaram de hospitalização foram avaliados em média de 23 meses após o início dos sintomas.

    O número de pacientes que mostraram pelo menos um sintoma pós-Covid dois anos após a infecção foi de 215 (59,7%) entre os hospitalizados e de 208 (67,5%) entre os pacientes não internados.

    Entre os dois grupos, fadiga (161 entre internados / 147 entre não hospitalizados), dor (129 / 92) e perda de memória (72 / 49) foram os sintomas mais prevalentes dois anos após a infecção pelo SARS-CoV-2. O estudo aponta que não foram observadas diferenças significativas nos sintomas entre os dois grupos.

    Exercícios e fisioterapia contribuem para melhora na qualidade de vida

    A reabilitação com a participação de uma equipe multiprofissional, envolvendo fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos e nutricionistas, pode trazer benefícios para a qualidade de vida de pacientes com a Covid longa.

    “Sintomas como a perda de paladar e olfato já eram sinais de algo muito sério em relação ao hábito alimentar e agrava-se mais por causa da disfagia (dificuldade de engolir) decorrentes da intubação prolongada e traqueostomia”, afirma a médica Luciana Castilho de Figueiredo, supervisora da fisioterapia da UTI do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

    Os pacientes podem se beneficiar de musculação com cargas baixas ou moderadas, alongamento, atividades cardiorrespiratórias sem sobrecarga (inclusive aulas de bicicleta ergométrica, desde que não haja muita resistência nos pedais) ou que desafiam a mobilidade, como circuitos de treinamento (também com cargas leves ou moderadas).

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