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    Maioria das pessoas com doenças crônicas diz não ter sido orientada a se vacinar

    Pesquisa aponta que 68% dos brasileiros em grupos prioritários não receberam recomendação para se imunizar contra Covid-19 de médico ou profissional da saúde

    Ana Lícia Soares, da CNN, no Rio de Janeiro

    Dentre os brasileiros que vivem com alguma doença crônica ou com o sistema imunológico comprometido, 68% afirmam nunca ter recebido do médico ou profissional de saúde a orientação para se vacinar.

    Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (22), feita pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) para a campanha CRIE Mais Proteção, a pedido da farmacêutica Pfizer– fabricante um dos imunizantes contra Covid-19 que está sendo aplicado no Brasil. A pesquisa foi apresenta nesta terça-feira (22), em entrevista coletiva à imprensa.  

    De acordo com os pesquisadores, o índice de maior desconhecimento está entre aqueles que mais se beneficiariam do serviço: a classe C (82%).  

    Pessoas com HIV, pacientes em tratamento oncológico, cardiopatas, diabéticos, entre outros grupos que apresentam doenças crônicas ou fragilidade imunológica podem se vacinar gratuitamente nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, os CRIEs. O serviço faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e é viabilizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).  

    De acordo com a pesquisa do Ipec, 66% das pessoas que responderam ao questionário garantem nunca ter ouvido falar dos CRIE. 

    Quando perguntadas se vacinas salvam vidas, 91% das pessoas responderam que sim. E, entre os entrevistados com doenças crônicas que receberam a recomendação para vacinação, um percentual alto afirmou que tomou as vacinas, entre elas para Covid-19, sem receio (67%).

    “Embora esses resultados mereçam ser comemorados, não podemos deixar de observar que os números podem ter forte influência da campanha de vacinação contra a Covid-19. Em outra perspectiva, 21% dos respondentes ainda sentem receio em se vacinar, mesmo tendo recebido recomendações”, disse Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.

    “Vale ressaltar que o percentual é maior entre os mais jovens – 30% na faixa etária de 18 a 24 anos e 34% daqueles entre 25 e 34 anos –, um motivo de preocupação do ponto de vista de saúde pública e que demonstra a necessidade de informar melhor esse público”, acrescentou.

    Os pesquisadores questionaram duas mil pessoas na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba. A falta de informação também foi constatada entre os profissionais de saúde. Do total da amostra que declarou conhecer os CRIE, somente 5% foram informados pelos médicos e igual parcela obteve a informação em hospitais, consultórios, postos ou outras unidades de saúde.

    “Esse dado chama atenção, pois a equipe de saúde é envolvida no atendimento e no tratamento de quem faz parte do grupo de risco e pode impactar positivamente os índices de vacinação. Afinal, 85% dos entrevistados admitiram que escutam as recomendações médicas e 74% afirmaram que, com certeza, tomariam as vacinas recomendadas para a sua faixa etária ou condição de saúde”, destacou Dulcine.

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