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    ‘Lockdown no RJ é fundamental para salvar vidas’, diz médico de comitê de Witzel

    Oncologista Daniel Tabak ainda afirmou que epidemia é democrática, pois atinge a todos, e que proteção deve ser coletiva e não mais individual

    O oncologista Daniel Tabak, membro da Academia Nacional de Medicina (ANM) e integrante do comitê que assessora o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), no combate à Covid-19, afirmou à CNN nesta quinta-feira (7) que o lockdown é medida fundamental para o estado. “Não é só necessário, é fundamental para que a gente possa reduzir o número de mortes e preservar o sistema de saúde”, disse. 

    Para o especialista, não há mais mais tempo para planejamentos contra o novo coronavírus: é hora de colocá-los em prática. “A hora é de ação. As pessoas estão nas filas e estão morrendo. Não é momento de planejar, pois tivemos meses para isso”, avaliou.

    “Temos que tentar remediar a tragédia que já se estabeleceu. Então não é o momento de ficar dizendo que vamos fazer testes. Isso já passou. As pessoas estão morrendo sem diagnóstico, morrendo em casa de uma doença que não tem o comportamento habitual. Ela não anuncia, ela mata em pouco tempo. E a verdade é que nós precisamos reagir e e não é para o futuro, é para ontem”, completou.

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    Tabak elogiou os governantes que já aderiram ao isolamento total e pondera que eles “perceberam que essa é a única solução” para evitar tantas mortes, que, frisou, significam também “a destruição de vidas, famílias e sonhos”. “Nós precisamos salvar os brasileiros. Este é o momento”, acrescentou.

    O médico ainda relatou que o sistema de saúde na rede pública no Rio já colapsou e que a possibilidade de filas para leitos de CTI (Centro de Tratamento e Terapia Intensiva) é um indicativo disso. Ele reforçou que pacientes em estado grave não poderiam ficar aguardando vagas e criticou o descaso em relação os profissionais de saúde. “Tolerar essas mortes representa não só a falência do governo de modo geral para administrar essa questão, mas também uma falta total de compaixão e solidariedade com esses indivíduos, que não pediram para serem heróis ou receberem aplausos. Eles pediram para ser tratados com dignidade como profissionais que estão lá para cumprir seu papel e salvar vidas”, defendeu.

    Por fim, Tabak fez um apelo para que as pessoas entendam que a única forma de reduzir o número de vítimas é a proteção coletiva. “Mas do nunca, essa epidemia mostrou que eu me protejo quando eu protejo o outro. A questão não é mais individualista. Nós precisamos reconhecer que essa é a epidemia democrática, que, de fato, compromete a todos nós. E se queremos nos salvar precisamos salvar o outro”, concluiu. 

    O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou na quarta-feira (6) que irá começar um “lockdown parcial”. A ação começará a valer a partir desta quinta (7), na zona oeste da capital.

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