Laboratórios correm contra o tempo para encontrar soluções para o coronavírus
Diversos estudos são conduzidos no Brasil, como no laboratório farmacêutico EMS que foca na hidroxicloroquina e no desfecho clínico do paciente
A humanidade corre para descobrir uma vacina ou um tratamento com eficácia comprovada contra o coronavírus. No Brasil, a cloroquina tomou as páginas da política, mas ela ainda precisa passar por processos científicos para ser considerada a cura da pandemia.
Diante da urgência, diversos estudos são conduzidos no Brasil, como no laboratório farmacêutico EMS, que foca na hidroxicloroquina e no desfecho clínico do paciente após o tratamento, para saber se ele não irá precisar de respirador caso use a medicação. Caso os resultados sejam positivos, pode ganhar confirmação científica.
“Estudo conta com a participação de 40 a 60 centros de pesquisa ao redor do país. A expectativa é que em 30 a 45 dias possamos coletar os dados de uma primeira análise”, diz Roberto Amazonas, diretor médico-científico da EMS.
Outro estudo brasileiro que chama a atenção – por más razões – foi a pesquisa sobre a cloroquina (substância parecida com a hidroxicloroquina e que vem apresentando mais efeitos colaterais), liderado pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, que, nesta segunda-feira (13), cancelou parte da pesquisa após 11 pacientes morrerem. A fundação explicou que o setor paralisado do estudo foi aquele que testava altas doses do medicamento, e que a seção que estuda os efeitos da dosagem indicada pelo Ministério da Saúde continua.
Há ainda pesquisas sobre o uso de plasma com anticorpos do sangue de pacientes que contraíram a doença de forma branda e que já se recuperaram. Os estudos já começaram após aprovação da Anvisa e do Ministério da Saúde, porém está longe de ser uma solução.
“A técnica não é nova, já é usada há vários anos para várias doenças, mas estamos diante de uma pandemia, então o momento é de tentar”, diz Silvano Wendel, diretor do banco de sangue do Hospital Sírio Libanês.