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    Laboratório indiano prevê envio de doses ao Brasil em duas semanas

    A previsão do diretor do instituto Adar Poonwalla foi confirmada  à CNN

    Mathias Brotero , Da CNN, em Mumbai (Índia)

     O Instituto Serum da Índia, responsável pela produção de 2 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford com a farmacêutica Astrazeneca, acredita que os imunizantes devem ser enviados ao Brasil em duas semanas. A previsão, do diretor do instituto, Adar Poonwalla, ao jornal The Times of India, na última sexta-feira (15), foi confirmada  à CNN.

    A data, porém, não é unanimidade na Índia. E o governo brasileiro também enxerga outro cenário. O presidente Jair Bolsonaro chegou a falar, na sexta (15), que o avião responsável por buscar as vacinas contra a Covid-19 na Índia partiria em “dois ou três dias, no máximo”. A incerteza acontece na esteira da campanha de vacinação contra a Covid-19 na Índia, que teve início neste sábado (16).

    De acordo com que apurou a analista de política da CNN Thais Arbex, havia um temor de uma possível crise política na Índia, caso o avião partisse de volta ao Brasil antes do início da imunização no país asiático.

     

    Campanha na Índia

    Neste domingo, 17.062 pessoas foram vacinadas na índia e seis estados mantiveram a campanha de vacinação. Alguns estados, como Odisha, no leste do país, interromperam a vacinação para avaliar resultados.

    A prefeitura de Mumbai postou no Twitter que a imunização estará interrompida entre domingo e segunda-feira, por causa de um problema técnico no aplicativo Cowin, usado para registrar os trabalhadores que fazem parte da vacinação. Já o departamento estadual de saúde de Mahamashtra apresentou outra versão. A pasta publicou no Twitter que a vacinação no estado já não estava prevista para esses dias, e que portanto, não haveria cancelamento.

    A Índia está distribuindo duas vacinas que tiveram o uso emergencial aprovada. Uma delas é a Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com o laboratório Astrazeneca. E outra é a Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, com um instituto governamental.

    Na primeira fase de vacinação, o país decidiu priorizar 30 milhões de pessoas que trabalham na área da saúde, como enfermeiros e médicos. A segundo etapa focará em 270 milhões de pessoas, com mais de 50 anos e também aqueles que têm comorbidades.

    Neste domingo, em coletiva, os estados foram aconselhados a manter a campanha em apenas quatro dias da semana, para não interromper o sistema de saúde pública. Desde o início da vacinação, 447 pessoas sofreram efeitos adversos, sendo que três pessoas foram hospitalizas.

    No total, a Índia registrou 10.557.985 casos do novo coronavírus, de acordo com a Universidade de Johns Hopskins. O país está a frente do Brasil e só perde para os Estados Unidos.

    Em nota, o Ministério da Saúde afirma que “segue em tratativas diplomáticas com o governo da Índia para definição da data de liberação do imunizante da AstraZeneca/Oxford adquirido pela pasta junto ao laboratório indiano Serum Institute, produtor das doses”.

    “Todas as medidas que cabem à pasta foram executadas, desde a compra da vacina em sua totalidade, emissão de documentos de importação e exportação, além de contratação de transporte. A expectativa é que os 2 milhões de doses da vacina Astrazeneca/Oxford cheguem ao Brasil com a máxima brevidade possível”, conclui o comunicado.

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