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    Homem que confundiu varíola dos macacos com afta descreve “dor terrível”

    Morador de São Paulo diz que não sabe como pegou a doença e que a sensação era como se tivesse cacos de vidro na boca

    Ingrid Oliveirada CNN , em São Paulo

    Advogado João Pinheiro, de 31 anos, morador da cidade de São Paulo, usou as redes sociais nesta terça-feira (16) para compartilhar um caso inusitado: ele confundiu sintomas da varíola dos macacos com uma afta.

    Usando sua conta do Twitter, João relatou o ocorrido e disse que não sabe como pegou a doença. A postagem foi curtida por mais de 73 mil usuários e teve 12,5 retuítes. À CNN, ele disse que a ferida surgiu dia 5 de agosto, enquanto estava em uma viagem a Malta, na Europa.

    “Comecei sentindo um cansaço/fadiga — que achei que era devido aos 45°C que ‘tava’ fazendo onde eu estava”, escreveu.

    “Então surgiu uma afta. Só que essa afta não melhorava, só aumentava e eu comecei a sentir os gânglios do meu pescoço incharem”, continuou no Twitter.

    Ele foi internado na segunda-feira (15) e disse que, desde então, “a qualidade de vida melhorou 1000%”.

    O tratamento envolveu analgésico e anti-inflamatório.

    O vírus monkeypox causa a doença com sintomas semelhantes à varíola comum, mas menos graves. Na maioria dos casos, ela é autolimitada, com sinais e sintomas que duram de duas a quatro semanas.

    O período de incubação, fase em que a pessoa não apresenta sintomas, dura em média de 6 a 13 dias, mas pode chegar a 21 dias.

    No quadro clínico típico da doença, as lesões na pele formam bolhas em diversas partes do corpo. Contudo, os sintomas causados pela monkeypox no surto atual têm variado bastante de uma pessoa para outra.

    No caso de João, ele conta que, logo após perceber a ferida na boca, outros sintomas apareceram.

    “Na sequência tive uma febre moderada, dores nas articulações e a ‘afta’ da boca só aumentava. Fiz o teste e, por coincidência, assim que saiu o resultado começaram a surgir novas lesões”, escreveu.

    “Essas feridas não doem, coçam igual uma picada de pernilongo. Tive algumas no rosto mas já até saíram e não deixaram marcas. Porém a ferida da boca valeu por todas as outras que eu poderia ter tido. Os médicos dizem que por ser numa mucosa as coisas ficam mais difíceis”, disse o rapaz.

    Em uma continuação, João escreveu: “Eu não sei como peguei, já que a única pessoa que tive relação íntima na viagem que fiz não teve nada”.

    À CNN, João disse que agora está “confortável, pois estou sendo extremamente bem amparado aqui no hospital. A ferida está evoluindo e as dores ficando mais toleráveis”, afirmou.

    A recomendação do Ministério da Saúde é que o teste seja feito em todos os pacientes com suspeita da doença e que o isolamento deve começar antes mesmo do resultado dos exames.

    Em entrevista à CNN, a infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, disse que “a apresentação clínica da monkeypox no surto atual está bem variada”. “Há pacientes com lesão única, com lesão múltipla, restrita à região genital ou com lesões no corpo inteiro.”

    “Há lesões que estão se manifestando de forma assíncrona também. Na característica anterior, elas estavam todas na mesma fase de evolução: quando uma entrava na fase de formar ‘casquinhas’, todas entravam também”, explicou.

    Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra 3.184 casos confirmados da doença nos estados de São Paulo (2.158), Rio de Janeiro (368), Minas Gerais (144), Distrito Federal (116), Paraná (82), Goiás (120), Bahia (26), Ceará (14), Rio Grande do Norte (10), Espírito Santo (8), Pernambuco (17), Tocantins (1), Maranhão (2), Acre (1), Amazonas (9), Pará (2), Paraíba (1), Piauí (1), Rio Grande do Sul (47), Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (10), e Santa Catarina (43).

    *Com informações de Lucas Rocha, da CNN

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