Johns Hopkins confirma mais de 1 milhão de mortes por Covid-19 nos EUA
Cerca de três quartos de todas as mortes pela doença no país ocorreram entre idosos
Mais de um milhão de pessoas já morreram de Covid-19 nos EUA desde o início da pandemia, de acordo com dados desta terça-feira (17) da Universidade Johns Hopkins – um lembrete de que a pandemia ainda não acabou, mesmo que grande parte do país se afaste das medidas Covid-19.
E especialistas acreditam que o verdadeiro custo da doença é ainda maior.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA estimam que o número de mortes por Covid-19 nos EUA foi cerca de 32% maior do que o relatado entre fevereiro de 2020 e setembro de 2021.
Dados provisórios do CDC também mostram que os EUA ultrapassaram o marco de mortes durante a semana terminando em 14 de maio, e uma análise da CNN dos dados divulgados pela agência mostra que resultados graves afetaram desproporcionalmente os americanos mais velhos e as populações minoritárias.
Cerca de três quartos de todas as mortes por Covid-19 ocorreram entre idosos, incluindo mais de um quarto entre pessoas com 85 anos ou mais, segundo dados do CDC.
E embora as disparidades raciais e étnicas tenham diminuído ao longo da pandemia, o risco de morrer de Covid-19 foi cerca de duas vezes maior para negros, hispânicos e índios americanos em comparação com brancos nos EUA.
Na semana passada, o presidente Joe Biden emitiu uma proclamação marcando um milhão de mortes e ordenou que a bandeira americana fosse hasteada a meio mastro, escrevendo que a nação “não deve ficar insensível a tanta tristeza”.
“Para curar, devemos lembrar”, disse o presidente em um comunicado.
“Devemos permanecer vigilantes contra esta pandemia e fazer tudo o que pudermos para salvar o maior número possível de vidas.”
E tudo isso acontece quando os casos de Covid-19 estão aumentando novamente em todo o país, com infecções relatadas mais que dobrando no mês passado nos EUA em geral.
A cidade de Nova York atingiu o nível “alto” de alerta Covid-19, indicando alta disseminação da comunidade e “pressão substancial sobre o sistema de saúde”, disseram autoridades.
As pessoas foram incentivadas a usar máscaras de alta qualidade em todos os ambientes públicos internos e espaços externos lotados, independentemente do estado vacinal ser conhecido.
Marcos sombrios durante a pandemia
- Os EUA relataram suas primeiras 100 mil mortes cerca de dois meses e meio depois, em 23 de maio de 2020, segundo Johns Hopkins;
- Houve 200 mil mortes relatadas cerca de quatro meses depois, até 22 de setembro de 2020;
- Houve 300 mil mortes relatadas menos de três meses depois disso, até 12 de dezembro de 2020;
- Houve 400 mil mortes relatadas cerca de um mês depois, em 17 de janeiro de 2021;
- Houve 500 mil mortes relatadas cerca de um mês depois disso, até 21 de fevereiro de 2021;
- Houve 600 mil mortes relatadas cerca de quatro meses depois, em 16 de junho de 2021;
- Houve 700 mil mortes relatadas cerca de três meses e meio depois disso, até 1º de outubro de 2021;
- Houve 800 mil mortes relatadas cerca de dois meses e meio depois disso, até 13 de dezembro de 2021;
- Menos de dois meses depois, em 4 de fevereiro, os EUA relataram um total de 900.334 mortes.
No geral, as taxas de mortalidade foram maiores na região Nordeste do país e menores na região Oeste, segundo dados da Johns Hopkins.
Mas no nível estadual, as taxas de mortalidade foram mais altas no Mississippi, Arizona e Oklahoma – cada um com mais de 400 mortes totais de Covid-19 para cada 100 mil pessoas – em comparação com Vermont e Havaí, que tiveram cerca de 100 mortes para cada 100 mil pessoas.
Globalmente, houve mais de 6,2 milhões de mortes por Covid-19 relatadas, de acordo com dados da Johns Hopkins.
Vacinas salvaram milhões de vidas
As vacinas para o vírus salvaram milhões de vidas, mas cerca de metade de todas as mortes por Covid-19 nos EUA aconteceram no ano passado – quando as vacinas já estavam amplamente disponíveis para todos com cinco anos ou mais.
E embora o governo não tenha compartilhado uma estimativa oficial de quantas pessoas vacinadas morreram de Covid-19, uma análise da CNN dos dados do CDC mostra que as mortes nos últimos meses foram divididas muito mais uniformemente entre pessoas vacinadas e não vacinadas, conforme variantes altamente transmissíveis tomam posse, a proteção vacinal diminui e a adesão ao reforço se estagna.
Mas o risco de morrer de Covid-19 ainda é cerca de cinco vezes maior para pessoas não vacinadas do que para pessoas vacinadas, de acordo com o CDC.
E as evidências continuam se acumulando em torno da importância crítica das doses de reforço.
Das pessoas vacinadas que morreram de Covid-19 em janeiro e fevereiro, menos de um terço recebeu uma dose de reforço, de acordo com uma análise da CNN dos dados do CDC.
Os dois terços restantes haviam recebido apenas suas séries primárias.