Inverno pode agravar doenças de pele; saiba como prevenir
Estação começa na tarde desta quinta-feira (20) e traz consigo um tempo seco que pode agravar o ressecamento da pele
O inverno no Hemisfério Sul começa nesta quinta-feira (21), às 17h50, e traz com ele uma sequência de três meses de um clima, no geral, marcado por baixas temperaturas e tempo seco.
A chegada dessa estação pede cuidado redobrado para evitar o ressacamento da pele, conforme aponta a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Além de intensificar a hidratação do corpo bebendo água regularmente e aplicando cremes nas religiões mais secas da pele, também é preciso ficar de olho nas doenças de pele que podem ser agravadas no inverno.
A CNN lista abaixo, com o auxílio da dermatologista Márcia Linhares, membro efetivo da SBD, quatro doenças dermatológicas que podem piorar com as baixas temperaturas e o tempo seco. Veja:
Dermatite seborreica
Caracterizada por uma descamação provocada justamente pela desregulação na produção de sebo na pele, a dermatite seborreica tende a ocorrer principalmente nas regiões onde há mais pelos, como o rosto e o couro cabeludo. Sintomas como aumento na oleosidade, caspa, coceira, vermelhidão e até queda de cabelo podem ser agravados no inverno também se o paciente tomar banhos muito quentes.
O tratamento pode envolver lavagens mais frequentes para balancear a oleosidade com ativos como ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco ou antifúngicos. O dermatologista pode ainda recomentar a interrupção de uso de sprays, pomadas e géis de cabelo, além de bonés e chapéus.
Pode-se evitar o agravamento da dermatite seborreica mantendo uma dieta saudável, reduzindo o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas, enxugando bem o corpo após o banho, evitando roupas que não retenham o suor, controlando o estresse físico e mental e retirando corretamente xampu e condicionador durante o banho.
Dermatite atópica
A dermatite atópica é a manifestação da atopia, uma doença genética que provoca hipersensibilidade a alergias, na pele. Seu principal sintoma é a coceira, que pode atingir o rosto, o tronco e os membros, sobretudo nas dobras da pele, como atrás dos joelhos, pescoços e braços. Nessas regiões, a pele tende a ficar mais escura, áspera e grossa.
Ela pode se agravar no inverno se o paciente tomar banhos muito quentes frequentemente ou usar roupas de lã ou tecidos sintéticos que possam provocar irritação da pele. O tempo seco e o consequente ressecamento da pele também podem fazer os sintomas se manifestarem com maior intensidade.
Nos casos leves, a dermatite atópica tende a ser controlada com o uso de hidratantes e emolientes sobre a pele. Se o quadro se agravar, o dermatologista pode receitar o uso de antialérgicos, corticoides ou outros medicamentos a depender da manifestação dos sintomas.
O agravamento da doença pode ser evitado se o paciente mantiver, sobretudo no inverno, uma rotina de hidratação constante da pele.
Psoríase
A psoríase é uma doença genética autoimune da pele que causa o aparecimento de lesões vermelhas e descamação. Outros possíveis sintomas são o inchaço e a deformação das articulações, o descolamento, depressão e estrias nas unhas e lesões no couro cabeludo.
Apesar de ter origem genética, sua manifestação pode ser agravada por fatores como o ressacamento da pele provocado pelo tempo frio, estresse, uso de alguns medicamentos para tratar hipertensão ou antimaláricos (como a cloroquina) e o consumo de álcool ou cigarro.
O tratamento da psoríase depende de qual tipo da doença se manifesta na pele do paciente. Nos casos leves, uma boa rotina de hidratação da pele pode ser suficiente. Se os sintomas se agravaram, o dermatologista pode receitar medicamentos ou indicar que o paciente se submeta a sessões de fototerapia.
Ictiose vulgar
Hereditária, a ictiose vulgar é uma condição que provoca a reprodução de uma proteína responsável pelas propriedades de impermeabilidade da pele. O principal sintoma da doença, que tende a aparecer no primeiro ano de vida e ir desaparecendo com o passar dos anos, é um ressecamento intenso da pele. Em casos graves ela pode, inclusive, provocar descamação.
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A principal medida de tratamento é justamente manter uma rotina de hidratação da pele, adicionando produtos com componentes como ureia e lactato de amônia, que têm propriedades hidratantes fortes. O dermatologista pode ainda recomendar o uso de compostos tópicos que ajudem a tratar a descamação, como o ácido salicílico.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que, aqueles que manifestam a doença, evitem banhos quentes e demorados e o uso excessivo de sabonete ou objetivos de limpeza agressivos à pele, como escovas, lixas e buchas.
Veja cuidados essenciais para evitar o ressecamento da pele no inverno