Intervalo de 28 dias entre doses traz maior proteção nas crianças, diz infectologista
Marco Aurélio Sáfadi afirmou à CNN que nível de produção de anticorpos é otimizado com período de quatro semanas entre as doses aplicadas na população infantil
Atendendo a uma recomendação do Instituto Butantan, a prefeitura de São Paulo anunciou, nesta terça-feira (25), a ampliação do intervalo entre a primeira e a segunda aplicação da Coronavac em crianças de 14 para 28 dias. Em entrevista à CNN, o pediatra e infectologista Marco Aurélio Sáfadi considerou que a decisão é correta, já que esse período entre uma dose e outra permite uma otimização no nível de anticorpos produzidos.
“É uma decisão correta que, na verdade, restabelece aquele intervalo que idealmente nós entendemos como sendo o correto para que se alcance e otimize a produção de anticorpos. Nos estudos com crianças e adolescentes, quando se afasta uma dose da outra com 28 dias se alcança níveis de anticorpos superiores que aqueles que são alcançados quando esse intervalo é de 14 dias”, disse o médico.
Sáfadi também apontou que níveis mais altos de anticorpos agregam valor “no sentido de otimizar a proteção e também no que diz respeito à duração da proteção depois da segunda dose”.
O presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria também defendeu a segurança e a eficácia da imunização infantil, e desmentiu os boatos de que vacinas que utilizam tecnologia envolvendo RNA mensageiro, como é o caso da vacina da Pfizer, podem alterar o DNA de crianças.
“Já temos elementos suficientes para conhecer o perfil das vacinas nos efeitos adversos. Essa história do RNA mensageiro é absolutamente desprovida de plausibilidade”, disse o médico.
De acordo com Sáfadi, os eventos adversos produzidos pelas vacinas não demoram para ocorrer e, de forma geral, são “efeitos imediatamente observados nos primeiros dias e semanas após a vacinação”. O infectologista ainda ressaltou que quando há infecção por Covid-19, o RNA do vírus também estará presente no organismo para estimular a produção de anticorpos.
Vacinação de crianças contra a Covid-19 no Brasil:
- 1 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 em Porto Alegre (RS) Crédito: Cristine Rochol/PMPA
- 2 de 16Vacinação de crianças com a Coronavac em São Paulo Crédito: Governo do Estado de São Paulo
- 3 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 no Recife (PE) Crédito: Iggor Gomes/PCR
- 4 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 em Jundiaí (SP) Crédito: Pedro Amora/Prefeitura de Jundiaí
- 5 de 16Recife, em Pernambuco, começa a vacinar crianças contra a Covid-19 Crédito: Reprodução/Lula Carneiro/PCR
- 6 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 no Distrito Federal Crédito: Sandro Araújo/Agência Saúde DF
- 7 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 em São Luís (MA) Crédito: Prefeitura de São Luís
- 8 de 16São Paulo iniciou vacinação de crianças contra a Covid-19 no dia 14 de janeiro Crédito: Governo do Estado de São Paulo
- 9 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 em Vitória, no Espírito Santo Crédito: Gabriel/Werneck/PMV
- 10 de 16Crianças recebem vacina contra a Covid-19 em Maricá (RJ) Crédito: Prefeitura de Maricá
- 11 de 16Vacinação contra a Covid-19 em Taguatinga, no Distrito Federal Crédito: José Cruz/Agência Brasil
- 12 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 em Fortaleza, no Ceará Crédito: Marcos Moura/Prefeitura de Fortaleza
- 13 de 16Vacinação de crianças contra a Covid-19 no Rio de Janeiro (RJ) Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil
- 14 de 16Início da vacinação de crianças contra a Covid-19 em Fortaleza, no Ceará Crédito: Divulgação
- 15 de 16Início da campanha de vacinação de crianças contra a Covid-19 em Aracaju, no Sergipe Crédito: Divulgação
- 16 de 16Salvador, na Bahia, dá início à vacinação de crianças contra a Covid-19 Crédito: Divulgação
“A gente não tem nenhuma dúvida que as vacinas são um dos principais instrumentos de saúde pública na história da humanidade”, reforçou o pediatra.
Sáfadi ainda considerou que há a possibilidade de a Covid-19 se tornar uma doença endêmica, com o vírus circulando entre a população. No entanto, os efeitos da doença podem ser fortemente minimizados pela vacina.
“O que vai ficar para o futuro é que as vacinas exerceram um papel fundamental no que diz respeito a permitir que a humanidade possa conviver com esse vírus de uma forma muito diferente do que aquela que vimos em 2020 e em parte de 2021. Seguramente o que virá pela frente vai só sedimentar esse conceito e permitir que a gente continue tendo o benefício da prevenção das doenças infecciosas que são passíveis de proteção por vacinas”, concluiu o infectologista e pediatra.