Internações de obesos com Covid no RJ em 2021 já supera o número de todo 2020
Segundo a Federação Mundial da Obesidade, o risco de morte por Covid-19 é cerca de 10 vezes maior em países onde a maioria da população está acima do peso
O número de internações por Covid-19 em pessoas com obesidade, em 2021, já ultrapassou todo o ano de 2020 na cidade do Rio de Janeiro. Os dados constam no último boletim epidemiológico da Prefeitura do Rio.
“Eles (obesos) têm uma resposta vacinal pior. Isso é clássico para qualquer vacina. Obesidade é um fator de pior resposta da vacina”, afirma o infectologista Alberto Chebabo, presidente do comitê científico da Prefeitura do Rio.
Em 2020, o percentual de internação de obesos em leitos de Covid-19 foi de 7,99% em hospitais da prefeitura. Até junho de 2021, o número de internações do grupo ficou em 9,53%.
Para a presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dra. Maria Edna de Melo, essa alta nas internações se deve ao fato de que os casos de obesidade são mais comuns em pessoas mais jovens, que ainda estão sendo vacinadas. Ela também ressaltou que há dificuldade de obter diagnóstico.
“Já temos a população idosa vacinada e a obesidade predispõem a casos mais graves em indivíduos jovens, que são exatamente os que estão em processo de vacinação. E outro ponto também é que o diagnóstico de obesidade nem sempre é feito”, explicou a médica.
De acordo com relatório divulgado pela Federação Mundial da Obesidade, o risco de morte por Covid-19 é cerca de 10 vezes maior em países onde a maioria da população está acima do peso.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de mortalidade da Universidade Johns Hopkins e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e constataram que dos 2,5 milhões de mortes por Covid-19 relatadas até o fim de fevereiro, 2,2 milhões ocorreram em países onde mais da metade da população é obesa.
