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    Inteligência artificial pode ajudar a evitar queda de idosos com palmilha inteligente

    Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia apontam que, entre os idosos com 80 anos ou mais, 40% sofrem com quedas todos os anos

    Bruna Macedoda CNN

    Um projeto em desenvolvimento na Universidade Estadual da Paraíba quer prevenir as quedas na população idosa. A ideia, que conta com a parceria da MedSênior e da Primer e financiamento da Finep, é criar uma palmilha inteligente que trará informações sobre a pressão do pé ao pisar, as características do caminhar, a postura, o equilíbrio estático e o movimento do indivíduo.

    A palmilha inteligente, batizada de SenseShoes, além de ajudar a identificar possíveis disfunções relacionadas ao sistema ósseo e muscular, também poderá auxiliar na identificação do risco de quedas em idosos por meio de análise preditiva de inteligência artificial (IA).

    Segundo o médico André França, especialista em Operações de Saúde do MilSênior (laboratório de inovação da MedSênior), a partir desses dados, será possível, monitorar a evolução dos pacientes, para que seja possível melhorar questões de mobilidade e autonomia.

    Ele explica que a primeira versão do protótipo da palmilha já está pronta e começou a ser testada em um laboratório para avaliação dos recursos de hardware e software, de suas funcionalidades e uso.

    “O projeto de pesquisa vai até o fim de 2024. A ideia é que no próximo ano sejam iniciados os testes clínicos, de validação clínica, e serão realizados com pacientes atendidos pelos Núcleos de Autonomia e Independência (NAI) da MedSênior. No núcleo, o paciente participa de atividades voltadas para a manutenção ou recuperação de sua autonomia, seja para realizar atividades dentro da própria casa, para andar na rua ou para se deslocar por meio de transporte coletivo”.

    Ao longo do tempo, os profissionais avaliam a evolução de cada paciente a partir das metodologias convencionais, e também da palmilha. A análise, com auxílio de IA, trará ao processo a possibilidade de mais cruzamentos de dados e avaliações.

    França explica que já existem experiências com recursos do gênero no Brasil, mas o custo, até então muito alto, inviabiliza a aplicação em maior escala.

    “Há produtos no mercado que chegam a custar R$ 50 mil. Como ainda estamos na fase de aprimoramento do protótipo ainda não podemos estimar o custo do SenseShoes, mas nosso objetivo é construir um produto confiável e valor mais acessível”, explica André.

    O SenseShoes pode ter inúmeras outras aplicações, como avaliar riscos de lesão em atletas, por exemplo.

    Entre as soluções utilizadas, na Palmilha inteligente ou “Sense Shoes”, está uma tecnologia similar ao sensor inercial, existente em celulares. Será possível reunir informações sobre o padrão de marcha (como a pessoa anda), equilíbrio, características músculo-esqueléticas personalizadas, considerando os parâmetros de uma marcha saudável. O cruzamento de dados e o acesso às informações serão possíveis por meio de um aplicativo móvel.

    Quedas de idosos no Brasil

    Segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, a estimativa entre os idosos com 80 anos ou mais, é que 40% sofram quedas todos os anos. Dos que moram em instituições de longa permanência, asilos ou casas de repouso, a frequência de quedas é ainda maior: destes, 50% podem cair.

    Apenas na cidade de São Paulo, em apenas 12 meses, houve um aumento de 35% no número de notificações de quedas acidentais entre pessoas com mais de 60 anos. Em 2021, o Sistema de Informação para a Vigilância de Acidentes (Siva), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), recebeu 9.671 notificações de quedas nesta faixa da população. Em 2022, foram 13.075.

    A quantidade de internações decorrentes de quedas cresceu quase na mesma proporção. Em 2021 foram 3.055 internações. No ano seguinte, o número passou para 3.903, representando uma elevação de 27,75%, segundo registros do Sistema de Informação Hospitalar (SIH).

    Veja também: Número de idosos em planos de saúde bate recorde

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