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    Insumo acaba na sexta e ‘entraves diplomáticos’ atrasam nova entrega, diz Doria

    Segundo o governador de SP, 10 mil litros de insumos da vacina Coronavac já estão prontos e separados na China, mas o país ainda não liberou o envio ao Brasil

    Bruna Macedo e Rafaela Lara, da CNN, em São Paulo

     

    O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que “entraves diplomáticos” atrasam a chegada dos insumos necessários para a continuidade da produção da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. 

    Segundo Doria, os insumos acabam nesta sexta-feira (14) e poderiam paralisar a produção da Coronavac, já que não há nova previsão de entrega.

    Dez mil litros do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) já estão prontos e separados na China para envio ao Brasil, o que possibilitaria a retomada da produção, mas o país asiático ainda não liberou o embarque desses insumos. 

    “Enquanto tiver um entrave diplomático, a China não autorizará o embarque do insumo”, disse Doria. Ele atribui o atraso na chegada dos insumos às críticas do presidente Jair Bolsonaro e parte de sua equipe à China. 

    Nesta quarta-feira (12), o Butantan entregou mais 1 de milhão de doses do imunizante ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e, com isso, completou o lote de 46 milhões previsto no primeiro contrato com o Ministério da Saúde. 

    Uma nova entrega de 1,1 milhão de doses acontecerá nesta sexta-feira (14), que já será parte do segundo contrato com o Ministério da Saúde, de mais 54 milhões de doses. Após isso, até o momento, não há novas previsões de entrega.

    Procurado pela CNN, o Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de nota, que a pasta mantém tratativas com a China e “acompanha permanentemente o processo de autorização de exportação de IFAs, inclusive por meio da Embaixada do Brasil em Pequim”.

    Segundo a pasta, as “autoridades chinesas comprometeram-se a fazer todo o possível para cooperar com o Brasil no combate à pandemia de Covid-19 e reiteraram que eventuais atrasos não são intencionais, dado que a China está exportando IFAs para diversos países”, o que tem gerado sobrecarga tanto na fabricação de vacinas e insumos quanto nos trâmites burocráticos necessários para liberação.

    A CNN entrou em contato com a Embaixada da China e aguarda um posicionamento.

    Mais tarde, Doria postou nas redes sociais que conversou com o embaixador chinês, Yang Wanming, e que soliciou que os insumos fossem liberados. “Acabo de conversar por telefone com o embaixador da China no Brasil, @WanmingYang, pedindo a liberação de mais insumos para a produção da Coronavac. Me solidarizei e lamentei as declarações desastrosas feitas por membros do Governo Federal sobre a China. É o país que mais está ajudando a salvar a vida dos brasileiros, já que tanto a Coronavac, como a AstraZeneca dependem de insumos produzidos na China. O Governo Federal deve um pedido de desculpas ao governo chinês pelo desrespeito ao país que está ajudando o Brasil a vencer a pandemia e salvar vidas”.

    Frascos com a vacina CoronaVac
    Frascos com a vacina CoronaVac
    Foto: Amanda Perobelli/Reuters (22.jan.2021)

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