Você sabe usar máscara? Infectologista explica uso correto
Infectologista sugere que as pessoas lavem as máscaras com água e sabão ou detergente
Quem trabalha com serviço essencial precisa estar de máscara o dia todo. Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas sugeriu que toda população fizesse o uso nas ruas. Como este é um novo hábito que o brasileiro está tendo que adquirir para amenizar o contágio pelo coronavírus, é preciso atenção para o uso correto e eficaz.
A infectologista Rosana Richtmann diz que o tempo de permanência com a máscara varia de acordo com o material com que ela foi feito. As máscaras de tecido, recomendadas pelo Ministério da Saúde, devem ser trocadas a cada duas horas.
A médica infectologista explica que quanto mais a pessoa falar usando a máscara, mais rápido ela ficará úmida, e será necessário trocá-la. “No tecido a gente não sabe exatamente quanto tempo o vírus sobrevive. Por ser um material mais poroso, eu falaria que no mínimo ele permanece por umas quatro horas. Mas deve ser mais do que isso.”
No momento de troca da máscara, é importante não colocar as mãos no meio delas, já que o tecido pode estar contaminado. É preciso puxar pelos elásticos que envolvem as orelhas.
A sugestão para o descarte, especialmente nos momentos em que não se está em casa e não poderá lavá-la imediatamente, é usar um envelope de papel para armazenar na bolsa. Sendo assim, na hora de lavar, é só abrir o envelope, puxar a máscara pela alça e jogar o papel no lixo.
A lavagem pode ser feita com água e sabão ou detergente, depois é só esperar ela secar. Recomenda-se, ainda, o uso de ferro de passar, já que a alta temperatura também inativa o vírus.
“A gente tem que pensar que em volta do novo coronavírus, ele tem um envelope à base de gordura, então o detergente ou qualquer sabão que a gente tenha em casa é o suficiente para inativar este vírus, mas é importante que se faça a parte mecânica”, explica Rosana Richtmann.
Sobre a recomendação do Ministério da Saúde de deixar a máscara por dez minutos em uma solução de água sanitária, a médica orienta que ainda sim é preciso esfregar o tecido, lavando mecanicamente.
As máscaras mais comuns, confeccionadas com TNT não podem ser reutilizadas, nem lavadas. “Depois do tempo de uso, você deve descartá-la”, aconselha.
Caso a pessoa espirre, é importante que, em seguida, ela troque por uma extra que tenha na bolsa. A médica enfatiza a importância do uso quando está falando com alguém. Neste momento, não deve-se abaixar o elástico, justamente porque estando mais próximo, a transmissão é facilitada.
Já a máscara N95, que tem a parte metálica para se ajustar ao nariz pode ser reutilizada, mas é de uso exclusivo dos profissionais de saúde quando estão nos hospitais.
Richtmann sugere, ainda, que pessoas com cabelos longos prendam antes mesmo de colocar a máscara, para não contaminá-la com os fios. No momento de vestir o equipamento, é importante ajustá-lo bem ao rosto, cobrindo toda a região da boca e nariz, depois disso, não pode-se mais colocar as mãos na superfície.