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    O que é isolamento vertical proposto por Bolsonaro? Veja o que diz especialista

    Médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas criticou termo usado pelo presidente Jair Bolsonaro para se contrapor à quarentena determinada por governadores

    Da CNN, em São Paulo

    O médico infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, afirmou à CNN, nesta quarta-feira (25), que não existe uma definição epidemiológica para o que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou como ‘isolamento vertical‘ e sugeriu como medida contra o coronavírus no Brasil.

    “Eu imagino que ele esteja colocando [o termo] ao contrário da horizontalidade, porque a definição disso eu não sei o que ele quis dizer”, afirma o especialista. “O que está posto é que a gente tem dois modelos: a quarentena, quando coloca em segurança as pessoas que estão sob risco, o outro é o isolamento, que é a intensificação dessa quarentena – quando identifica quem está doente e deixa isolada dos que estão em quarentena”, completa.

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    O médico ainda explicou o conceito de isolamento horizontal. “Busquei referências entre os médicos e a gente não conhece esse conceito [isolamento vertical]. Provavelmente, ele está usando essa expressão para se contrapor à quarentena, que ele chamou de isolamento horizontal, em que todo mundo vai para uma situação de bloqueio e se parte do pressuposto de que não estão infectadas e ficam protegidas em um ambiente onde tem menor possibilidade de exposição”, esclarece. 

    O infectologista recomendou que as pessoas continuem em casa e defendeu que, sem testes para toda a população, a quarentena é a única alternativa para achatar a curva de transmissão e preservar vidas. “Isso faz a proteção do todo”, pontua. Ele ainda disse que há pessoas de grupos de risco que serão mais atingidas, mas que isso “não nós dá o direito de deixá-los para trás”. “Ou a gente cuida de todo mundo ou todos nós vamos pagar um preço muito alto por essa situação”, destaca. 

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    Suleiman ressaltou que é errado classificar o coronavírus como uma “gripezinha” e que não há informações suficientes para garantir que a taxa de mortalidade é baixa. “Confundir esses conceitos me parece uma situação extremamente perigosa, ainda mais neste momento. Usar da estratégia de que a mortalidade é baixa é perigosa. O que a gente tem são dados preliminares e o impacto da mortalidade está diretamente relacionado com a qualidade da assistência.”