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    Incontinência urinária: 63% dos homens ignora primeiros sinais, diz pesquisa

    Ela é mais frequente no sexo feminino, devido a fatores como gravidez e parto, mas também pode acometer homens

    Gabriela Maraccinida CNN

    A incontinência urinária é uma condição mais comum nas mulheres, mas também atinge uma parcela significativa da população masculina. Mesmo assim, mais da metade (63%) dos homens ignora os primeiros sinais da doença e não procuram ajuda médica.

    Os dados são de pesquisa realizada pela MindMinders e encomendada marca TENA, especializada em produtos para incontinência urinária adulta. O estudo, chamado “TENA: incontinência urinária e hábitos de saúde masculina“, tinha o objetivo de mapear dados sobre o assunto, além de educar a população sobre estratégias para administrar a condição e aumentar a qualidade de vida dos pacientes.

    A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária da urina pela uretra. Ela é mais frequente no sexo feminino, devido a fatores como gravidez e parto, mas também pode acometer homens.

    “A incontinência urinária nos homens está geralmente relacionada ao tratamento cirúrgico do câncer de próstata, o segundo tipo de câncer com maior incidência no público masculino, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e à bexiga hiperativa”, explica José Carlos Truzzi, médico urologista, membro da Divisão de Urologia do Instituto de Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho e diretor do Departamento de Disfunções Miccionais da Confederação Americana de Urologia (CAU).

    Entre os sintomas iniciais da condição, estão:

    • Perda de urina ao tossir, rir, fazer exercício ou ao movimentar-se;
    • Vontade súbita de urinar que ocorre em meio às atividades diárias, com perda de urina antes de a pessoa chegar ao banheiro;
    • Incontinência urinária durante o sono (enurese noturna).

    “A incontinência urinária nunca deve ser considerada normal. A maioria dos casos é curável e é importante buscar um tratamento ao perceber os indícios iniciais, como perceber que a cueca está molhada ou sentir vontade de urinar e não conseguir segurar até o banheiro”, explica Truzzi.

    Somente 17% buscam ajuda de um médico

    A pesquisa foi realizada com 238 homens com idade entre 31 e 40 (34% da amostra total) e mais de 41 anos (66%). O público está distribuído em todas as regiões do país e com representantes de diferentes classes sociais. O levantamento foi feito por um painel 100% on-line.

    Do total de respondentes, apenas 17% buscaram ajuda de um médico ao notarem os primeiros sintomas de incontinência urinária. Outros 13% viram que se tratava de algo diferente e pesquisaram sobre o assunto na internet, em livros ou em aplicativos; 7% comentaram o tema com parceiro, parente ou amigo.

    Apesar da menor parcela procurar por ajuda médica, o estudo mostrou que os homens têm consciência de quais são os primeiros sinais da incontinência urinária:  44% perceberam a cueca molhada ou úmida; 34% sentia que ia fazer xixi, mas não conseguia segurar até chegar ao banheiro; 19% relatam que alguém percebeu que a calça/shorts estava molhada; 3% relataram outros sinais.

    Esses dados mostram que, mesmo sabendo quais são os sintomas relacionados à incontinência urinária, a maioria ignora ou não dá importância a eles, segundo o estudo.

    Cuidados com a saúde

    A pesquisa também avaliou o cenário de cuidado com a própria saúde por parte dos homens. O levantamento mostra que 45% relata já ter feito ou faz algum tratamento para incontinência urinária; 31% faz exame de próstata ao menos uma vez por ano; 35% fazem exame de próstata com alguma outra frequência; 33% nunca fazem exame de próstata. Do total, 71% afirmam conhecer a campanha Novembro Azul.

    No entanto, o estudo revelou que muitos homens enfrentam dificuldades em adaptar sua rotina devido aos escapes da incontinência urinária, recorrendo a soluções improvisadas. De acordo com os dados, 41% dos entrevistados já utilizaram papel higiênico para absorver os gotejamentos de xixi, por exemplo, e 20% utilizam absorventes femininos, que não são adaptados para a anatomia masculina.

    A partir dos resultados, o levantamento aponta para o maior desafio de educar o público masculino com informações fundamentadas em recomendações médicas para aumentar o senso de importância dado ao tema. Por outro lado, o público masculino se mostra pouco resistente à conversa com profissionais da saúde e, principalmente, com a companheira.

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