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    Incomum e prejudicial: O que sabemos sobre a Covid longa até agora

    Mais de dois anos após o início da pandemia, cientistas ainda buscam compreender a prevalência dos sintomas

    Rob PichetaHafsa Khalilda CNN

    Vacinas, variantes, imunidade natural e melhores opções de tratamento significam que pegar a Covid-19 agora não é o mesmo de um ou dois anos atrás.

    Mas para milhões de pessoas que contraíram o vírus mesmo nos primeiros meses da pandemia, o impacto da doença permanece.

    Um em cada cinco adultos que se recuperaram de uma infecção pelo novo coronavírus experimentou pelo menos uma condição médica relacionada à Covid longa, de acordo com um estudo publicado na terça-feira (24) pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

    Esse número salta para um em cada quatro em pessoas com 65 anos ou mais. As condições mais comuns entre todos os adultos foram sintomas respiratórios e fadiga crônica, descobriram os pesquisadores. Os pacientes também eram duas vezes mais propensos do que outras pessoas a ter condições que afetam os pulmões.

     

    Apesar da vasta atenção científica dada à compreensão da doença e ao desenvolvimento de vacinas e tratamentos, os especialistas em saúde ainda estão aprendendo sobre a Covid longa – um dos fenômenos mais incomuns e prejudiciais da pandemia.

    As estimativas da frequência de sintomas de longo prazo da Covid variam de 5% a 80% , segundo o CDC. As estimativas da Organização Mundial da Saúde variam de 10% a 20%.

    Os pesquisadores do CDC analisaram registros médicos de mais de 350.000 pessoas que deram positivo entre março de 2020 e novembro de 2021, portanto, seu novo estudo fornece uma pista valiosa para entender a prevalência da doença.

    Outro desenvolvimento veio de um estudo escocês, publicado na segunda-feira (23), que descobriu que casos mais graves de Covid-19 podem causar danos a longo prazo a vários órgãos.

    A inflamação cardíaca foi considerada um problema contínuo para um em cada oito pacientes hospitalizados com Covid-19, de acordo com o estudo, que acompanhou o progresso de 159 pessoas por um ano após a internação.

    Inflamação em todo o corpo e danos nos rins também eram comuns. E o estudo apoiou outras pesquisas que indicaram que as mulheres correm mais risco de sofrer de Covid longa do que os homens.

    “A Covid-19 é uma doença multissistêmica, e nosso estudo mostra que lesões no coração, pulmões e rins podem ser observadas em exames após a hospitalização inicial”, diz Colin Berry, professor de cardiologia que liderou o estudo da Universidade de Glasgow.

    Pesquisas anteriores sugerem que uma pequena parte das pessoas que agora vivem com Covid-19 pode não ter apresentado nenhum sintoma quando foram infectadas inicialmente – ou tiveram sintomas leves ou incomuns.

    Mas a única coisa que é certa é que a Covid é imprevisível e, mesmo tanto tempo após o início da pandemia, continua sendo um enigma científico.

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