Imunidade contra a Covid-19 pode ser duradoura, diz estudo
Cientistas analisaram amostras de sangue de 23 pessoas que se recuperaram de Sars, doença causada por vírus semelhante ao coronavírus
Pesquisadores de todo o mundo tentam entender como o corpo pode responder à Covid-19. Cientistas de Singapura publicaram nesta semana um estudo na revista científica Nature indicando que a imunidade contra a doença pode durar um longo período.
Eles analisaram amostras de sangue de 23 pessoas que se recuperaram da Sars (síndrome respiratória aguda grave) na pandemia que aconteceu em 2003, e observaram que eles ainda estão imunes contra a doença. Segundo a pesquisa, o que garantiu a imunidade não foram anticorpos, e sim células T — outro tipo de mecanismo de defesa do nosso corpo.
Assista e leia também:
Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda o abandono da hidroxicloroquina
Caos da pandemia no Brasil serve de laboratório para corrida global às vacinas
SP passa Nova York e é estado com mais casos de Covid-19 no mundo
A relação com a Covid-19 (Sars-CoV-2) é que ela é muito parecida com o vírus responsável pela Sars.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (17), o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda falou sobre a pesquisa. “Geralmente células B produzem anticorpos e são importantes para patógenos, que não necessitam infectar uma célula para sobreviver, como parasitas e algumas bactérias”, explicou.
Existe também a resposta T, que é resposta celular, necessária para combater patógenos intracelulares como o novo coronavírus. “Os vírus, por exemplo, e algumas bactérias, infectam a célula, e essa célula T reconhece a célula infectada e elimina o vírus que está dentro dela.”
(Edição: Paulo Toledo Piza).