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    Imunidade contra a Covid-19 pode durar de seis a oito meses, diz estudo

    Pacientes que tiveram Covid-19 podem ter imunidade de seis a oito meses contra a doença. A constatação é dos pesquisadores da Universidade da Califórnia

    Pessoas caminham de máscara em rua comercial do Rio de Janeiro durante pandemia da Covid-19
    Pessoas caminham de máscara em rua comercial do Rio de Janeiro durante pandemia da Covid-19 Foto: Lucas Landau/Reuters (8.out.2020)

    Por Giulia Alecrim, da CNN, em São Paulo*

    Pacientes que já foram contaminados pela Covid-19 podem ter imunidade de seis a oito meses contra a doença. A constatação é dos pesquisadores do Instituto de Imunologia de La Jolla, da Universidade da Califórnia e Escola de Medicina Icahn do Mount Sinai. O estudo, publicado nesta segunda-feira (16), pela revista científica medRxiv, ainda não foi revisado por pares.

    A pesquisa analisou a memória imune da SARS-CoV-2 em 185 pacientes que já haviam se curado da doença, sendo 41 infectados há menos de seis meses. A maioria dos voluntários  avaliados tiveram quadro leve, sem necessidade de hospitalização. A idade dos recrutados variou entre 19 e 81 anos. Ainda assim, foi possível perceber que a imunidade permaneceu relativamente estável por mais de seis meses.

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    O estudo é o primeiro a abordar este tipo de informação. Entretanto, apurações mais profundas são necessárias para identificar detalhes sobre a imunidade contra o coronavírus.

    Os autores também identificaram que uma imunidade contra a SARS-Cov (Síndrome respiratória aguda grave), que surgiu em 2002, foi observada mesmo 17 anos depois da infecção. O período de imunização por mais de uma década também foi constatado entre pacientes que tiveram febre amarela.

    Esses dados sugerem que a memória da célula T, presente entre os pacientes com o novo coronavírus, pode atingir um platô mais estável, e durar por mais de 6 meses, como foi o caso de pacientes com a febre amarela e com a SARS-Cov.

    Além disso, a publicação reitera a importância da avaliação de casos de reinfecção, o que seria uma peça importante para avaliar os dados epidemiológicos disponíveis da doença e o quão raro ou comum esses eventos seriam. 

    Com base nos dados avaliados e no recorte feito pelas instituições médicas, os pesquisadores também acreditam que, pelo menos uma fração da população infectada pela SARSCoV-2 com memória imunológica particularmente baixa seja suscetível à reinfecção de modo relativamente rápido. 

    A possibilidade de reinfecção também poderia estar diretamente ligada pelo fato da pessoa contaminada ter tido contato com uma baixa carga viral da doença, o que pode gerar uma baixa memória imunológica. Ainda assim, a imunologia foi observada em 90% dos casos avaliados, mesmo cinco meses depois da infecção.

    * Supervisão de Victória Cócolo