Idade, gênero, estado: conheça o perfil dos pacientes com monkeypox no Brasil
País registra 3.896 casos confirmados de varíola dos macacos, de acordo com o Ministério da Saúde
Até o momento, o Brasil registra 3.896 casos confirmados de varíola dos macacos. De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos um caso confirmado foi detectado em 229 municípios do país, sendo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais os estados que tiveram maior quantidade de casos confirmados.
Os casos foram confirmados nos estados de São Paulo (2.528), Rio de Janeiro (445), Minas Gerais (206), Distrito Federal (156), Paraná (21), Goiás (160), Bahia (38),Ceará (29), Rio Grande do Norte (18), Espírito Santo (8), Pernambuco (19), Tocantins (1) , Acre (1), Amazonas (1), Rio Grande do Sul (61),Mato Grosso do Sul (16), Mato Grosso (20), Amazonas (15), Santa Catarina (59), Paraná (104), Pará (6), Tocantins (1), Alagoas (1), Maranhão (2), Paraíba (1) e Piauí (2).
Na segunda-feira (22), o ministério divulgou o mais recente boletim epidemiológico sobre a monkeypox, que apresenta um balanço da distribuição dos casos nas regiões brasileiras e sintomas mais comuns da doença.
Entre os casos confirmados e prováveis, 93,2% foram registrados em homens. A incidência maior da doença está entre a população de 18 a 49 anos, que corresponde a 2.979 dos casos confirmados e prováveis.
O país tem 77 casos confirmados em crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, uma incidência de 3,5% das infecções. Desses, 20 casos (0,6%) foram identificados entre crianças de 0 a 4 anos.
De acordo com o Ministério da Saúde, a maior parte dos casos afeta indivíduos que se declararam homens cis, com 64% dos registros. Por outro lado, 24,6% dos pacientes não declararam seu gênero.
O boletim também apresenta a estratificação dos casos de acordo com a orientação e comportamento sexual. Porém, as duas variáveis analisadas apresentam baixo preenchimento entre os casos confirmados e prováveis, com 69,4% de todos os registros não informados na variável de orientação e de 43,2% na de comportamento.
Entre os casos do sexo masculino, 681 (22,7%) se declararam homossexuais e 1.489 (49,7%) declaram fazer sexo com homens.
Na descrição de sinais e sintomas, os mais frequentes foram: febre (66,8%), aumento dos gânglios (53,9%), dor muscular (43%) e dor de cabeça (42,3%).
No que diz respeito às informações sobre tipos e locais de contato relatados, o contato íntimo com desconhecido (692 relatos) foi o mais frequente. Em relação ao possível local de contato, evento social com relação sexual (348 relatos) teve o maior número de registros.
O ministério pondera que o preenchimento dessas variáveis foi baixo, o que requer dados mais robustos para a melhor compreensão do perfil epidemiológico da doença no país.
Até o momento, sete gestantes foram identificadas entre os casos confirmados e prováveis para monkeypox, sendo três em São Paulo, três no Rio de Janeiro e uma em Minas Gerais.
Quanto à evolução clínica dos casos, foi relatado um óbito, 163 (5,1%) hospitalizações devido a necessidades clínicas ou para isolamento e cinco (0,2%) internações em unidade de terapia intensiva (UTI).
Campanha nacional
Na segunda-feira, o ministério lançou a campanha nacional de prevenção à varíola dos macacos, com o objetivo de orientar a população sobre as principais formas de transmissão da doença. A ação reúne recomendações para evitar o contágio, sintomas e o que fazer em caso de suspeita.
Com o conceito “Varíola dos Macacos. Fique bem com a informação certa”, a campanha será veiculada em TV, rádio, em lugares de grande circulação de pessoas, além de portais da internet e redes sociais.
Sintomas e diagnóstico da doença
A varíola dos macacos, na maioria dos casos, evolui sem complicações e os sinais e sintomas duram de duas a quatro semanas. As manifestações clínicas habitualmente incluem lesões na pele na forma de bolhas ou feridas que podem aparecer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais.
No entanto, o surto atual da doença tem apresentado características epidemiológicas diferentes, com sintomas que podem ser bastante discretos, o que pode dificultar e atrasar o diagnóstico adequado.
Na forma mais comum documentada da doença, os sintomas podem surgir a partir do sétimo dia com uma febre súbita e intensa. São comuns sinais como dor de cabeça, náusea, exaustão, cansaço e principalmente o aparecimento de inchaço de gânglios, que pode acontecer tanto no pescoço e na região axilar como na parte genital.
Já a manifestação na pele ocorre entre um e três dias após os sintomas iniciais. Os sinais passam por diferentes estágios: mácula (pequenas manchas), pápula (feridas pequenas semelhantes a espinhas), vesícula (pequenas bolhas), pústula (bolha com a presença de pus) e crosta (que são as cascas de cicatrização).
A principal forma de transmissão da varíola dos macacos é por meio do contato direto pessoa a pessoa, chamado de pele a pele.
A transmissão pode acontecer a partir do contato direto com lesões cutâneas, crostas ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, pelo toque em objetos, tecidos (roupas, lençóis ou toalhas) e superfícies que foram usadas por alguém com a doença, além do contato com secreções respiratórias.
O Ministério da Saúde recomenda que, diante de algum sintoma suspeito, as pessoas devem procurar atendimento médico em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação.
Durante a consulta, é importante informar se houve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Com base nesses registros coletados durante a consulta, o especialista poderá fazer o pedido de teste de diagnóstico.