Hidrocolonterapia realizada por ex-BBB para limpeza do intestino é segura?
Adriana Sant'Anna divulgou um vídeo realizando e elogiando o procedimento que não é recomendado pelos médicos
Nesta semana, a modelo e ex-BBB Adriana Sant’Anna publicou um vídeo nas redes sociais realizando um procedimento de limpeza intestinal chamado hidrocolonterapia. Desde então, ela vem rebatendo uma série de críticas. Até a tarde desta quinta-feira (30), o vídeo acumula mais de 10 milhões de visualizações só no Instagram.
“Uma das sete maravilhas do mundo”, escreveu na legenda do vídeo em que conta sobre quando foi tirar todo o “cocô velho” de dentro do intestino.
O procedimento não é indicado nem aprovado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia por representar riscos à saúde.
Desde a publicação de Adriana Sant’Anna, a ex-BBB vem rebatendo uma série de críticas. É possível encontrar comentários como: “Isso se chama charlatanismo! Existe médico pra tratar constipação intestinal”.
À CNN, a médica Bruna Vailati, coloproctologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explicou como é realizada a hidrocolonterapia e quais seriam os riscos e benefícios do tratamento.
O que é hidrocolonterapia e como é realizada?
Segundo Vailati, A hidrocolonterapia é uma lavagem intestinal com água, que chega ao intestino por um equipamento específico introduzido pelo ânus. “O líquido circula dentro do intestino e remove as fezes acumuladas”, explica a médica.
Quais os benefícios desse procedimento?
Os locais que fazem a hidrocolonterapia listam vários benefícios do tratamento. Um deles seria a melhora da flora bacteriana do intestino. No entanto, não há comprovação cientifica para tal, de acordo com Vailati.
A flora bacteriana é o conjunto de microrganismos que vivem no intestino. Diversos estudos recentes relacionam a presença de alguns tipos de bactérias no intestino a efeitos positivos ou negativos para a saúde. “A flora bacteriana é fundamental para o funcionamento intestinal adequado e diversas doenças estão sendo associadas à alteração da flora”, diz a médica.
Quais são os riscos do tratamento?
Vailati reforça que o procedimento não é aprovado ou recomendado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia e tem vários riscos potenciais, como perfuração intestinal, desequilíbrio dos eletrólitos do corpo (alteração dos sais do organismo, que pode gerar consequências graves, especialmente para idosos e pessoas com problemas renais) e alterações do hábito intestinal por “desequilíbrio” da flora bacteriana causado pela lavagem. Traumatismo na região anal é outro risco apontado pela coloproctologista.